Amarelar está na moda

Amarelar: ato ou efeito de falhar em momentos decisivos. Quando se espera algo de um time ou um jogador, é claro que existirá cobrança. Geralmente, o brasileiro é tido como muito alegre, comunicador, extrovertido, e por vezes, espertalhão. Eu sempre tive uma certa birra dessa coisa de “jeitinho brasileiro”, de querer tirar vantagem para seu […]

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Amarelar: ato ou efeito de falhar em momentos decisivos. Quando se espera algo de um time ou um jogador, é claro que existirá cobrança.

Geralmente, o brasileiro é tido como muito alegre, comunicador, extrovertido, e por vezes, espertalhão.

Eu sempre tive uma certa birra dessa coisa de “jeitinho brasileiro”, de querer tirar vantagem para seu grupo ou para si próprio.

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Quando estou em uma fila de supermercado, é comum ver um casal separado por filas. Sim, por filas. O homem fica em uma, e a mulher na outra. A fila que andar mais rápida, une novamente essa linda dupla de brasileiros.

Mas por que não usam essa esperteza para coisas boas, como na política, ou até mesmo nos esportes?

Falo dos esportes porque é, basicamente, uma coisa que eu falo e escrevo muito.

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Os jogadores do Brasil, em qualquer modalidade esportiva, estão tremendo na hora H. O fator emocional, por inúmeras vezes, decidiu mais que qualquer habilidade. Mais do que qualquer soberba.

São muitos exemplos, e apenas nos últimos dias, tivemos eliminações em momentos cruciais no basquete sub-19, no futebol feminino, e perdemos a final do vôlei. Uns dirão que é natural, pois a pressão sofrida no esporte é muito grande, porém essa pressão acontece para os dois lados sempre.

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Conhecendo a história do Japão, um país absurdamente rico, e de pessoas de um nível intelectual muito acima de outros, eu sempre notei que em momentos assim, eles falhavam.

Na Copa de 2006, o Brasil jogou contra o Japão. E naquela ocasião, os japoneses abriram o placar. Me lembro de dizer que se a seleção fizesse o primeiro, faria vários outros gols, simplesmente pelo fato de que o Japão se abateria com aquilo. Não deu outra. Ainda no primeiro tempo, o Brasil empatou, e no fim, ficou 4 a 1.

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Naquela mesma Copa, a seleção provou do próprio veneno contra a França. Mas por que o Brasil não consegue bater a França?

Voltando mais 20 anos, na Copa do México de 1986, o Brasil vencia os franceses por 1 a 0. A França empatou no segundo tempo. No fim do jogo, Zico, o então grande nome brasileiro do futebol daquela década, perdeu um pênalti que poderia ter levado a seleção para a semifinal. O jogo foi para a prorrogação, e por fim, para os pênaltis. Perdemos.

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Em 1998, na final da Copa ocorrida na França, as esperanças estavam em cima de Ronaldo. Ele teve problemas no hotel, passou mal, e não estava escalado para a partida. Ronaldo chegou ao estádio depois de passar pelo hospital, dizendo estar pronto. Esteve apático, assim como todo o time, e a França venceu facilmente por 3 a 0. Há quem diga que o Brasil “vendeu” o jogo, afinal de contas, teoria da conspiração existe para tudo. Em 2002, o mesmo Ronaldo fez os dois gols da final contra a Alemanha, mas é mais lembrado pelos erros do que os acertos.

No basquete, o Brasil cansou de liderar placares durante os jogos contra a Argentina, e perdeu no fim. Cito os vizinhos porque em diversas ocasiões, nós precisávamos de uma simples vitória sobre os argentinos para a classificação para as Olimpíadas. Sempre perdemos. Detalhe: o Brasil não disputa uma edição dessa competição desde 1996.

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Nesse ano, o Dallas Mavericks, da NBA, foi campeão em cima do Miami Heat, reeditando a final de 2005-06. Na primeira, o Dallas perdeu, e o alemão Dirk Nowitzki foi tachado de amarelão. Agora, bateu o Heat, com Nowitzki sendo o principal nome, derrubando o trio formado por LeBron James, Dwyane Wade e Chris Bosh.

Quem não se lembra da expectativa criada sobre Gustavo Kuerten nas Olimpíadas de 2000, de Daiane dos Santos em 2004, ou de Diego Hypólito, em 2008? Isso falando de esportes individuais, e os três ficaram pelo caminho.

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Na Fórmula 1, fomos muito mal acostumados com as vitórias por Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Ayrton Senna. Todos foram muito talentosos, e não só por isso, foram campeões. Então apareceram Rubens Barrichello e Felipe Massa, ambos em carros capazes de triunfar.

Barrichello virou “Pé de Chinelo”, mesmo com dois vices mundiais. Massa, perdeu um título na última curva em Interlagos em 2008, e é chamado de medíocre por muitos.

Claro que há esperança de ver brasileiros vencendo, mas falta preparo psicológico. Falta maturidade para os momentos importantes. Falhas acontecem, é verdade. Só que o torcedor comum precisa entender que nem tudo são flores, e que as derrotas acontecem. O segundo lugar acaba virando motivo de piadas. Imagine só. Quantos times, ou competidores foram superados para chegar até ali? Aprender com a derrota é uma virtude.

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“Eu errei mais de 9.000 arremessos em minha carreira. Eu perdi quase 300 jogos. Em 26 partidas, confiaram em mim para fazer o arremesso decisivo e eu errei. Eu falhei várias e várias vezes em minha vida. E foi por isso que eu obtive sucesso”, Michael Jordan, seis vezes campeão da NBA.

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