As dez piores trocas dos anos 2010

Lucas Colisse mostra as péssimas negociações da última década

Fonte: Lucas Colisse mostra as péssimas negociações da última década

O que o Jumper Brasil vai apresentar agora é um show de horrores. Trocas descabidas e sem sentido, times apostando alto em veteranos e entregando escolhas de primeira rodada a todo momento. Selecionamos as dez piores dos anos 2010, mas deixamos outras “sugestões”.

10- Magic exagera para ter Ibaka

Serge Ibaka é um dos melhores defensores da NBA há uma década. Antes, apenas especializado nisso, o congolês de nascimento acrescentou características ofensivas em seu jogo e foi campeão pelo Toronto Raptors na temporada passada. Mas o Orlando Magic precisava, em 2016, de uma presença no interior do garrafão, alguém que pudesse fazer o time vencer de imediato. Só que, para isso, entregou ao Oklahoma City Thunder Ersan İlyasova, Victor Oladipo e Domantas Sabonis, então escolha da equipe no draft.

Enquanto Ilyasova não rendeu muitos frutos, Oladipo e Sabonis foram negociados posteriormente para o Indiana Pacers por Paul George e tornaram-se jogadores de All Star Game. George ficou por dois anos em Oklahoma City e foi trocado para o Los Angeles Clippers por Danilo Gallinari, Shai Gilgeous-Alexander e cinco escolhas de primeira rodada. Resumindo, Ibaka virou tudo isso para o Thunder, enquanto o Magic fez virar Terrence Ross e uma pick de primeira rodada de 2017 (Anžejs Pasečņiks, atualmente com contrato two-way no Washington Wizards).

 

9- Lakers entrega quatro escolhas por Nash

O Los Angeles Lakers estava disposto a montar um grande elenco em 2012-13 e, para isso, fez grandes transformações, após perder Chris Paul para o Los Angeles Clippers. Primeiro, o time contava com Kobe Bryant e Pau Gasol. Precisava de um armador de confiança. Steve Nash era uma ótima opção. Dwight Howard veio em seguida. Mas por que, raios, deu quatro escolhas de draft, sendo duas de primeira rodada ao Phoenix Suns, se ele era agente livre irrestrito? Tudo bem que o melhor que o Phoenix Suns conseguiu disso foi Mikal Bridges, mas foi demais.

No Lakers, Nash não teve vida fácil. Acostumado a ser o principal organizador de jogadas por onde passou, ele viu essa função ser mantida por Bryant e perdeu sua principal característica: o passe. Como não era bom defensor, era tirado de quadra em determinados momentos para o time tentar vitórias.

Bem, aquele time não funcionou, como todos sabem. Nash ficou por mais uma temporada (15 jogos e muitas lesões), Gasol assinou com o Chicago Bulls, Howard virou agente livre e ficou três anos no Houston Rockets, enquanto Kobe aposentou-se em 2016.

 

8- Mavs paga caro por Rajon Rondo

Lembra quando Rajon Rondo era um All-Star? Faz tempo, né? Mas o Dallas Mavericks investiu alto no armador e pagou caro para o Boston Celtics por sua aquisição. O time texano enviou Jae Crowder, Jameer Nelson, Brandan Wright, uma escolha de primeira rodada (transformada em Guerschon Yabusele) e uma de segunda (Demetrius Jackson), além de uma trade exception no valor de US$13 milhões.

O problema é que Rondo não funcionou em Dallas, discutiu com Rick Carlisle, foi suspenso pelo time algumas vezes e sua passagem durou 46 jogos. Nos playoffs, teve mais um problema com o treinador após a primeira partida, atuou por apenas dez minutos na segunda e não voltou mais.

Pelo Celtics, Crowder foi peça importante na retomada dos rumos da equipe e, posteriormente, envolvido na transação por Kyrie Irving. Wright e Nelson rapidamente foram trocados.

 

7- Knicks troca três escolhas de primeira rodada por Bargnani

Quando você parar para pensar se um time na NBA não possui limites, não precisa se esforçar tanto para descobrir que é o New York Knicks. Em 2013, a equipe negociou Marcus Camby, Steve Novak, Quentin Richardson, uma escolha de primeira rodada e duas de segunda para o Toronto Raptors por Andrea Bargnani. Não que Camby e Richardson conseguissem fazer algo mais na NBA (Novak nunca fez nada mesmo) e foram dispensados em seguida. Mas Bargnani, dono de um salário anual de US$11 milhões (muito para a época), deixava de ser um problema para o Raptors.

Tecnicamente, o italiano era bom. Chegou a ter duas ou temporadas consistentes em Toronto, mas vivia no estaleiro, não defendia absolutamente nada e, apesar dos 2,13 metros, terminou a carreira na NBA com meros 4.6 rebotes com mais de 28 minutos por jogo. O resultado não poderia ser outro: Bargnani fez 71 jogos em dois anos e pouco produziu, enquanto o Raptors foi aos playoffs em todas as oportunidades desde então.

 

6- Kawhi Leonard por George Hill

Dá para culpar o Indiana Pacers? Dá. George Hill era um ótimo reserva no San Antonio Spurs, especialista em defesa e arremessos de longa distância, mas do outro lado da troca era Kawhi Leonard, um dos melhores jogadores da atualidade. Sim, Leonard não era isso tudo em seu primeiro ano, mas o esperado desenvolvimento ofensivo veio. Leonard foi MVP das finais de 2013-14 pelo Spurs e já havia conquistado o bastão como principal jogador da equipe quando forçou sua saída e foi para o Toronto Raptors, onde ganhou mais um título e outro MVP de finais. Hoje, o astro está no Los Angeles Clippers, enquanto Hill, ainda que em fase final da carreira, é peça importante na rotação do Milwaukee Bucks.

 

5- Porzingis vai para o Mavericks

Que a diretoria do New York Knicks faz besteiras há muito tempo, todo mundo sabe disso. Mas experimente trocar seu melhor jogador por, basicamente, nada. Bem, foi isso o que o Knicks fez. Negociou o ala-pivô Kristaps Porzingis, ao lado do titular Tim Hardaway Jr, Courtney Lee e Trey Burke por Dennis Smith, DeAndre Jordan, Wesley Matthews e duas futuras escolhas de primeira rodada.

Certo.

O Knicks queria abrir espaço em sua folha salarial e não tinha a menor ambição em manter Jordan, tanto que no fim da temporada, o pivô sequer jogava para dar tempo de quadra aos jogadores mais jovens. Smith mostrou potencial em seu primeiro ano e olhe lá. Ficou por isso mesmo. Hoje, ele amarga reserva na equipe. Matthews fez dois jogos e pediu para ser dispensado, enquanto Burke é banco no Philadelphia 76ers.

Abriu o tal espaço. Mas e daí?

Como não conseguiu a tão sonhada primeira escolha que resultaria em Zion Williamson, a equipe foi de R.J. Barrett, que tem futuro, mas não era o grande objetivo. Depois, viu ruir suas tentativas por astros, como Kevin Durant e Kyrie Irving, que fecharam com o “vizinho” Brooklyn Nets. Por fim, acertou com vários jogadores medianos por dois anos, sendo o segundo de escolha da equipe, um movimento até inteligente, que abriria espaço novamente. Mas quem quer jogar no Knicks agora?

O Mavericks agora conta com Porzingis e um super astro, Luka Doncic.

 

4- Celtics troca veteranos Pierce e Garnett para o Nets

Foram tantas coisas nessa troca que é preciso explicar por períodos.

Primeiro, o Brooklyn Nets enviou Gerald Wallace, Kris Humphries, MarShon Brooks, Keith Bogans e escolhas de primeira rodada nos drafts de 2014, 2016, 2017 (troca de melhor posição) e 2018 por Paul Pierce, Kevin Garnett, Jason Terry e Kris Joseph. A ideia da diretoria era brigar pelo título de imediato. Mas Pierce, Garnett e Terry estavam no fim de suas carreiras.

Garnett, por exemplo, limitou-se a meros 20 minutos por jogo no Nets. Pierce, aos 36 anos, tinha pouca gasolina no tanque e produziu 13.5 pontos e 4.6 rebotes em sua única temporada por lá, enquanto Terry fez apenas 35 jogos. Deu muito errado. Sim, Deron Williams, Joe Johnson e Brook Lopez estavam por lá, mas não. Passou pelo Toronto Raptors em sete jogos na primeira rodada e caiu diante do Miami Heat na semifinal de conferência por 4 a 1. O time se desfez e passou anos entregando escolhas de loteria ao Celtics.

Ah, o Celtics. Essas escolhas da negociação renderam Jaylen Brown e Jayson Tatum. OK…

 

3- Thunder surpreende e negocia Harden com o Rockets

O Oklahoma City Thunder tinha Kevin Durant, Russell Westbrook, Serge Ibaka e James Harden em seu elenco. A ideia da diretoria era manter todo mundo, mas como? Durant e Westbrook eram prioridades. Ibaka aceitou estender seu contrato em quatro temporadas por US$48 milhões. Harden receberia cerca de US$4 milhões a mais, mas rejeitou a oferta. Foi trocado para o Houston Rockets para receber cerca de US$60 milhões por quatro anos, valores longe da realidade da liga antes da pandemia do coronavírus.

O Thunder recebeu Kevin Martin, Jeremy Lamb, duas escolhas de primeira rodada e outra, de segunda. Embora não quisesse pagar o valor máximo a Harden, o time perdeu o então melhor reserva da temporada para ter Martin, um arremessador de três, que só jogava para Rick Adelman (é sério, Adelman foi seu treinador no Sacramento Kings, no Rockets e no Minnesota Timberwolves). No fim, Martin foi trocado de novo para que o Rockets conseguisse escolhas por uma negociação com Dwight Howard, o que não deu certo no primeiro momento e ele foi negociado para o Los Angeles Lakers, mas fechou com ele no ano seguinte como agente livre. Tudo bem que a dupla Harden e Howard não funcionou como esperado, mas eram dois grandes astros.

 

2- Blazers recebe Okur e escolha que virou Lillard

Mehmet Okur, Shawne Williams e uma escolha de primeira rodada foram para o Portland Trail Blazers por um Gerald Wallace em queda livre. Vá lá, o Nets queria melhorar o elenco ao redor de Deron Williams e Brook Lopez, mas despejou no Blazers uma escolha protegida até a terceira pick. Mas como você entrega uma dessas se seu time sequer ia aos playoffs? Não só não se classificou, mas como terminou com 22 vitórias em 66 jogos. Bem, o resto, você já sabe. O Blazers ficou com a sexta escolha e optou por Damian Lillard que, de cara, fez 19 pontos e 6.5 assistências em seu primeiro ano. Parabéns!

1- Baron Davis e escolha que veio a ser Irving vão para o Cavs

O Cleveland Cavaliers estava de ressaca após a saída de LeBron James e precisava mover algumas peças, visando o draft. Enviou Mo Williams e Jamario Moon ao Los Angeles Clippers e recebeu o armador Baron Davis e uma escolha de primeira rodada, que virou Kyrie Irving. O Cavs ainda ficou com a quarta escolha daquele recrutamento: Tristan Thompson.

Tudo bem que o Clippers apostava na base jovem (Blake Griffin, DeAndre Jordan e Eric Gordon) e precisava de um alívio financeiro, mas vamos entender algumas coisas: Williams (médias de 13.8 pontos e 3.8 assistências em Los Angeles), que até havia sido chamado para um Jogo das Estrelas, não tinha o mesmo valor de Davis. Depois, o Cavs literalmente ganhou na loteria do draft e ficou com a primeira escolha, a que seria do Clippers.

Menções honrosas

Chris Paul é trocado para o  ̶L̶a̶k̶e̶r̶s̶  Clippers

“A troca que não aconteceu”, até hoje é lamentada pelos torcedores do Los Angeles Lakers. Na época, o então New Orleans Hornets estava sem um dono. Então, a NBA tinha o poder da palavra final e vetou. De acordo com o então comissário da NBA, David Stern, foi por “razões de basquete”. Chris Paul queria ser negociado. A ideia era mesmo o Lakers, onde faria dupla com Kobe Bryant. Tudo estava acertado para sair uma troca tripla, envolvendo ainda o Houston Rockets. No fim, Paul foi parar no Los Angeles Clippers. O mais engraçado mesmo ficou para as caras de Al-Farouq Aminu, Eric Gordon e Chris Kaman.

Kyrie Irving é negociado por Isaiah Thomas

A troca é ruim por vários sentidos. Kyrie Irving era três vezes All Star, o cara que deu a cesta da vitória ao Cleveland Cavaliers na partida decisiva da final contra o Golden State Warriors, mas queria sair do Cavs para ser “o cara”. O Boston Celtics estava atrás de algum parceiro para negociar Isaiah Thomas. Ele até foi para o ASG em dois anos seguidos, mas estava exigindo um contrato máximo e lesionou-se com gravidade no quadril durante os playoffs. Havia a possibilidade de ele encerrar a carreira naquele momento e, por isso, o Celtics ainda enviou uma escolha de segunda rodada de 2020 como compensação. Ah, o Cavs ainda recebeu Jae Crowder, Ante Zizic e uma escolha que resultou em Collin Sexton.

Knicks troca o time inteiro por Carmelo Anthony

Danilo Gallinari, Wilson Chandler, Raymond Felton, Timofey Mozgov, escolhas de primeira rodada de 2014 (Dario Saric) e 2016 (virou Jamal Murray), além de escolhas de segunda rodada. O New York Knicks enviou tudo isso ao Denver Nuggets. Claro que o Knicks recebeu alguma coisa: Chauncey Billups em fim de carreira e caras como Renaldo Balkman, Anthony Carter, Sheldon Williams e uma escolha de 2016 (Jakob Poeltl).

O Knicks via em Anthony o parceiro ideal para Amare Stoudemire. Até parecia fazer sentido, mas o resultado passou longe de ter algum efeito. O time foi aos playoffs por três anos, Stoudemire voltou a se machucar com frequência e, para variar acabou perdendo o rumo. Desde 2013 a equipe não se classifica para a pós-temporada.

Detalhe: Felton foi trocado em seu melhor ano na NBA, quando registrava médias de 17.1 pontos e 9.0 assistências. Sim, Fofelton.

Nuggets faz association com Jazz. Duas vezes

Parte 1

Em 2013, o Denver Nuggets negociou o pivô Rudy Gobert na noite do draft por Erick Green e valor em dinheiro para o Utah Jazz. Tudo bem, Gobert não tinha todo o físico de hoje, era extremamente cru e precisava ser lapidado por um time que tivesse paciência. O Jazz teve e Gobert tornou-se o melhor defensor da NBA nas últimas duas temporadas, além de uma convocação para o Jogo das Estrelas dessa temporada. E Green, lembra dele? Bem, o ala-armador não atuou na liga em seu primeiro ano e assinou para jogar na Itália. Foi relativamente bem e o Nuggets o chamou para assinar um contrato de dois anos. Na primeira campanha, Green decepcionou e foi enviado para o time de desenvolvimento na G-League. Não deu lá muito certo e, depois de três jogos em seu segundo ano, foi dispensado. O Jazz até deu a ele uma segunda chance com um acordo de dez dias e ficou por isso. Hoje, ele está no Coosur Real Betis.

Parte 2

Quatro anos depois de doar Rudy Gobert ao Utah Jazz, a diretoria do Denver Nuggets não pensou duas vezes e enviou Donovan Mitchell para o time de Salt Lake City. O Nuggets não quis muita coisa por ele, não. Pegou Trey Lyles e Tyler Lydon. Justo, não é mesmo? Se com Gobert, o Jazz não estava se classificando para os playoffs, que tal um Mitchell para ajudar? Deu certo. O Jazz agradece a preferência.

Toda terça e quinta, o Jumper Brasil tem a sua live no Instagram, às 20h04. Venha participar com a gente.

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