Brasil perto das Olimpíadas. Mas é pouco…

Parece oportunista, eu sei. Mas nesse caso, é para ser mesmo. Afinal, o Jumper Brasil não fez qualquer cobertura sobre o Pré-Olímpico até aqui. Alguns cobraram, outros reclamaram, mas nossa posição foi sempre a mesma: não é NBA. Tudo bem. É basquete, mas o Jumper Brasil se consolidou nos últimos anos ao cobrir a liga […]

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Parece oportunista, eu sei. Mas nesse caso, é para ser mesmo. Afinal, o Jumper Brasil não fez qualquer cobertura sobre o Pré-Olímpico até aqui. Alguns cobraram, outros reclamaram, mas nossa posição foi sempre a mesma: não é NBA.

Tudo bem. É basquete, mas o Jumper Brasil se consolidou nos últimos anos ao cobrir a liga dos Estados Unidos. No passado, quando tínhamos um grupo grande de colaboradores, era possível trazer todas as informações sobre qualquer tipo de competição, mas a realidade agora é outra. Para piorar, tem a chata da greve…

Após o mea culpa, é necessário dizer que poucos estão felizes com a participação do Brasil no torneio como nós. Sim. Defendemos, torcemos (e criticamos) muito por uma participação brasileira nas Olimpíadas, especialmente para trazer de volta o torcedor para o nosso esporte, que foi sumindo nos últimos 16 anos.

Mas também é fácil entender os motivos desse afastamento. Abaixo, cito dez deles:

1- A seleção não disputa uma edição desde 1996, em Atlanta.
2- Não há transmissão de basquete na TV aberta. A TV Globo mostra apenas as finais do NBB, enquanto o Esporte Interativo trouxe a NBA por alguns anos.
3- O Brasil é carente de um ídolo no esporte. Desde Oscar Schmidt, não temos “o cara”.
4- A CBB é uma verdadeira bagunça.
5- O NBB ainda não engrenou.
6- Temos poucos jogadores na NBA (Nenê, Leandrinho, Anderson Varejão, e Tiago Splitter).
7- O vôlei cresceu assustadoramente desde 1992, quando o Brasil foi campeão em Barcelona, tomando o segundo lugar entre os esportes favoritos do brasileiro.
8- Os torneios femininos estão cada vez mais esvaziados.
9- Falta incentivo privado, pois público até tem, mas a empresa que patrocina o basquete paga infinitamente menos (R$ 3 milhões) do que paga ao clube Vasco da Gama (R$ 14 milhões).
10- Não existem grandes competições nas escolas ou nas universidades. Quando acontecem, pouco são divulgadas.

Aí também tem aquele sujeito que se diz patriota, e chama os outros três brasileiros que estão na NBA, e não foram ao Pré-Olímpico, de desertores.

Como assim desertores? Alguém já ouviu falar que Leandrinho e Varejão estão machucados?

Ah, mas tem o Nenê. Afinal, qual o problema dele com a seleção?

Seria melhor enumerar, mas como já o fiz sobre outro assunto, não teria motivos para repetir aqui o que falei em um vídeo recente.

Mas vou escrever mesmo assim…

Primeiro, Nenê é agente livre na NBA. Ou seja, não tem contrato com equipe alguma. E se ele se machuca, como aconteceu em 2007? Quem paga o pato? A CBB? Duvido! Ele não quer se arriscar, ora. Você arriscaria perder US$ 10 milhões por conta de uma lesão? Isso sem levar em conta o fato de que Nenê é um jogador que se machuca com alguma facilidade. Entretanto, tem o famoso seguro, que jogadores da NBA chegam a pagar do próprio bolso. E quer mesmo questionar isso?

Aí existe um problema entre ele e a CBB. Os mesmos motivos alegados por ele lá atrás ainda persistem. Então não tem como tirar sua razão.

É muito simplista pensar que ele é um jogador que não dá a mínima para a seleção. Existem motivos para ele não estar lá, e ao meu ver, está correto ao seguir de fora.

Se você é tão patriota, o que fez na última quarta-feira? Cantou o hino nacional (aliás, você sabe fazer isso?)? Foi em algum evento do 7 de setembro? Ao menos soltou foguetes? Ou simplesmente foi para uma balada na terça-feira, e se deu conta que era feriado quando percebeu que não tinha aula ou trabalho ao acordar às 2 da tarde? Está mais para a última opção, não é mesmo?

O brasileiro é patriota em dia de jogos da Copa do Mundo de futebol, quando vai votar para presidente, e quando reclama da falta de patriotismo de outro brasileiro. Irônico, não?

No mais, torço muito pela seleção. Quero ver o Brasil nas Olimpíadas novamente, mas apenas ir para ser um figurante não resolve. Tem que mudar o pensamento. A solução está na base. Dar suporte para que crianças e jovens tenham interesse pelo basquete. Com mais escolas, clínicas, estudos, e apoio de empresas privadas, esse esporte tem tudo para voltar a crescer. Com ídolos, a coisa facilita em grande proporção. Hoje, estamos carentes dessa referência.

Claro que se vencer a República Dominicana neste sábado, muitos problemas serão maquiados. Porém, precisamos ver que eles estão longe de serem solucionados. Uma classificação pode e deve ser aplaudida, só que sem se esquecer do futuro distante.

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