“De olho no seu time” é uma coluna quinzenal em que o Jumper Brasil foca sua análise em uma equipe específica, interagindo com torcedores e fãs que gerenciam páginas brasileiras sobre as franquias. Kaio Kleinhans e Ricardo Stabolito Jr. coletam perguntas entre a torcida dos times e convida os blogueiros/internautas – além de convidados especiais – para ajudá-los a esclarecer as questões.
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Bem-vindos à nova coluna do Jumper Brasil: “De olho no seu time”. Este é o espaço em que dedicamos uma visão mais focada em cada uma das equipes da NBA, com a participação de integrantes do site e convidados. A meta é oferecer novas opiniões e expandir as impressões sobre a situação atual e futura das franquias. Nesta primeira edição, o Los Angeles Lakers é o tema.
Durante as últimas semanas, nós consultamos alguns torcedores do Los Angeles Lakers para coletar as perguntas que julgam importantes a respeito da equipe neste momento e, desde já, agradecemos suas contribuições. Para respondê-las, Kaio Kleinhans e Ricardo Stabolito Jr. recebem: Vinicius Donato (Jumper), Ricardo Grecco (LakersBR / Jumper) e Renato Campos (Lakers Brasil).
1. Verdadeiro ou falso: mesmo com Kobe Bryant e Steve Nash ainda por voltar, o futuro do Lakers está muito mais no draft do que nos playoffs.
Ricardo Stabolito Jr.: Verdadeiro. Não acho que eles estejam jogando para perder: o Lakers não tem sido de todo ruim e até surpreendeu de forma positiva em alguns momentos. Mas o nível de competitividade do Oeste é simplesmente demais para o elenco atual. No fim das contas, se serve de consolo, este é o ano para ser ruim – como todos sabem.
Kaio Kleinhans: Verdadeiro. Eu já imaginava que seria assim antes da temporada começar. Para mim, o Lakers não montou um elenco para garantir vaga nos playoffs – mesmo com todos os atrativos que a equipe oferece – e sequer procurou os melhores agentes livres na offseason. Isso deixou bem claro que estavam se preocupando com o draft.
Vinicius Donato: Verdadeiro. Diferentemente do Leste, o Oeste não dá espaço para times em reconstrução brigarem por playoffs. O Lakers acerta ao colocar Ryan Kelly e Kendall Marshall na rotação – e deveria dar chances para mais jovens, que podem completar o elenco no futuro. Kobe deve estar “pronto” para a próxima temporada e Nash será um valioso contrato expirante em 2014-15.
Ricardo Grecco: Verdadeiro. A maioria dos torcedores do Lakers sabia que, mesmo com o time completo, seria difícil conseguir uma vaga nos playoffs. Por ter um elenco velho e com contratações duvidosas, de baixo custo, eu acreditava que poderíamos disputar um oitavo lugar. Mas, com Nash e Kobe “baleados”, sem chance.
Renato Campos: Verdadeiro. O atual momento do Lakers é extremamente delicado: a equipe veio de uma temporada cheia de expectativas e, agora, encara talvez a possibilidade de fazer a pior campanha de sua história. Acho que Kobe e Nash não deveriam retornar nesta temporada. Mas, analisando friamente, o ano tem sido um excelente teste para atletas como Xavier Henry e Nick Young – que poderão ser reservas-chave na próxima temporada.
2. Quem seria o técnico ideal para treinar o Lakers?
Ricardo Stabolito Jr.: Com Phil Jackson aposentado, acho que há mais um perfil do que um nome específico. O técnico do Lakers precisa ser experiente e (de preferência) uma “grife” – que, lógico, não viva só do nome – para não ser engolido pela pressão constante que vem de todos os lados em Los Angeles. Mas seria bom conhecer o elenco antes de fazer uma escolha.
Kaio Kleinhans: Não tem como não pensar em Phil Jackson. Pela experiência e por conhecer tão bem a franquia, o veterano treinador seria certamente a melhor opção para comandar o time. Resta ao Lakers convencê-lo a abandonar a aposentadoria. Outras opções poderiam ser um dos irmãos Van Gundy, George Karl ou Lionel Hollins – também experientes e capacitados.
Vinicius Donato: O primeiro nome que vem à cabeça é sempre Phil Jackson, mas acho que essa pergunta seria melhor respondida se soubéssemos qual será o elenco da equipe para a próxima temporada.
Ricardo Grecco: Difícil pensar em alguém que não seja Phil Jackson. Mas, se for para escolher um técnico “na ativa”, seria Tom Thibodeau. O estilo de jogo e força defensiva que implantou no Bulls me agradam bastante. Se os deuses atenderem as preces de todos os torcedores do Lakers e D’Antoni sair, gostaria que ele fosse contratado.
Renato Campos: Desde a saída de Phil Jackson, eu acreditava que Brian Shaw seria a melhor escolha: alguém que já conhecia o elenco e o sistema de jogo vigente. Mike Brown não teve condições de conter os egos dos jogadores e seu próprio como treinador, enquanto Mike D’Antoni – que não acho ser o nome ideal – até hoje não teve chances reais de mostrar seu trabalho pelas lesões no elenco.
3. O Lakers deve renovar o contrato de Pau Gasol?
Ricardo Stabolito Jr.: Não. Gasol merece todo o respeito e homenagens por parte do Lakers. Certamente, camisa aposentada estará em consideração. Mas, olhando de longe, parece que seu ciclo na franquia terminou. O desgaste entre jogador e organização é evidente.
Kaio Kleinhans: Sim. Não acredito que uma renovação sairia tão cara, mas, mesmo sem pensar em dinheiro, Gasol deve ser mantido. Ainda tem muito a acrescentar a qualquer equipe de basquete.
Vinicius Donato: Não. Gasol não deve aceitar uma redução tão drástica em seu salário para as próximas temporadas e o Lakers não tem flexibilidade para reconstruir seu elenco e contar com o espanhol simultaneamente. A franquia pode, sim, trocar seu contrato expirante ainda nesta temporada se conseguir uma boa proposta nas próximas semanas.
Ricardo Grecco: Não. Gasol é um ídolo. Seu respeito e comprometimento com o time, mesmo com os vários rumores de troca, nunca serão esquecidos. No entanto, seu tempo passou. O Lakers deveria utilizá-lo para conseguir um novato ou uma boa escolha de draft.
Renato Campos: Sim. Verdade seja dita: Gasol está sendo sacrificado no Lakers neste fim de carreira, jogando com mais de 20 formações diferentes e ainda vivendo com a cobrança de atuar impecavelmente. Alguns chamam de soft, mas o espanhol ajudou a trazer títulos para o Lakers. Eu acho que deveria seguir no time, mas, no mundo dos negócios da NBA, ele pode ser uma boa moeda de troca.
4. A recente extensão assinada por Kobe teve o cuidado de deixar espaço na folha salarial para mais um contrato máximo. Um dos nomes viáveis e comentados em Los Angeles é Carmelo Anthony. Colocando na balança os prós e contras, você acha que a chegada do ala seria positiva para o Lakers?
Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Se você tem a chance de contratar um astro na liga, contrate. As coisas funcionam assim: é mais fácil montar um time forte com talento no elenco do que sem. Mas, entre todos os agentes livres disponíveis, Carmelo seria o encaixe ideal para o Lakers? Provavelmente, não. Algo me diz que Greg Monroe poderia funcionar em Los Angeles.
Kaio Kleinhans: Sim. Eu não sou fã de Carmelo, mas acredito que ele possa ser uma boa opção se D’Antoni for mantido como treinador. Ao lado de Steve Nash, Kobe Bryant e Pau Gasol, ele poderia ajudar a formar um jogo corrido e ofensivo. Mas é verdade também que não consigo imaginá-los atuando juntos e sendo bem sucedidos pela questão defensiva.
Vinicius Donato: Sim, mas seria apenas uma peça. Uma peça no quebra-cabeça que o Lakers terá que montar se quiser disputar títulos de imediato. Ainda será necessário um garrafão forte para estar entre os melhores e, no basquete atual, isso custa dinheiro. No fim das contas, porém, Carmelo é um dos grandes jogadores da liga e jamais pode ser menosprezado.
Ricardo Grecco: Não, obrigado. O Lakers precisa pensar em contratar alguém para carregar a franquia quando Kobe se aposentar e não vejo Carmelo assumindo o posto – até por sua personalidade, estilo de jogo e idade. É preciso alguém como era Kobe, para conduzir a equipe pelos próximos 15 anos.
Renato Campos: Não. Não acredito que Carmelo seria uma solução incrível para o Lakers no momento. O time está na suposta lista de preferências dele, mas o motivo seria a exposição da cidade para seus patrocinadores. Qual é a prioridade do jogador: vencer ou lucrar? Kevin Love está interessado em jogar na franquia e seria um reforço melhor no garrafão, dando suporte ao Kobe.
5. Como não poderia faltar: Kobe voltará a ser um dos melhores jogadores da liga após suas recentes lesões?
Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Pelo menos, eu quero acreditar que sim. Uma coisa que Kobe tem feito muito bem com o passar dos anos é aprimorar-se tecnicamente para superar o declínio de sua condição atlética. Isso será muito importante agora.
Kaio Kleinhans: Sim, ele pode voltar ao nível dos melhores. Não consigo duvidar de Kobe Bryant. Se vai acontecer é outra coisa, até porque não é uma situação fácil (a idade pesa e lesões importantes estão o prejudicando), mas eu apostaria em Kobe alcançando um bom nível – ao menos, para ser importante para um equipe como sempre foi.
Vinicius Donato: Sim. Mesmo lesionado, Kobe nunca deixou de ser um dos melhores jogadores da liga e só deixará de ser quando estiver aposentado.
Ricardo Grecco: Sim, se ele tiver uma boa recuperação. Kobe tem um arsenal ofensivo e poder de decisão que poucos jogadores da NBA já tiveram. O que ele fez na temporada passada, atuando contundido e com um elenco rachado, foi surreal. Se ele voltar e jogar 80% do que apresentou no passado, vai por muita gente “no bolso”. Mas só podemos esperar.
Renato Campos: E como não confiar em Kobe? Ele nos faz acreditar que, com dedicação e força de vontade, você consegue alcançar os maiores objetivos. Temporada passada, o ala-armador fazia sua melhor campanha em anos até se machucar. Leve, disposto e sempre competitivo, conduziu o time – apesar da falta de química do Dwight Howard. Ele é inteligente o bastante para readaptar seu jogo. Não será explosivo, mas ainda será um dos melhores.
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