Humanitário, Dikembe Mutombo é destaque na cerimônia do Hall da Fama

Pivô entrou no templo máximo do basquete como parte da classe de 2014, em cerimônia nesta sexta-feira

Fonte: Pivô entrou no templo máximo do basquete como parte da classe de 2014, em cerimônia nesta sexta-feira

O Hall da Fama recebeu uma nova classe de ilustres membros nesta sexta-feira, na cerimônia de introdução dos eleitos deste ano. E a grande estrela da noite foi o primeiro homenageado a discursar: o grande Dikembe Mutombo subiu ao palco acompanhado de seus dois “padrinhos” – o lendário ex-treinador John Thompson (classe de 1999), que treinou-o no time de basquete da Universidade de Georgetown, e o ex-comissário da NBA, David Stern (2014).

“Eu estou honrado de fazer parte do Hall da Fama. Quando eu era um calouro na liga, alguém me perguntou como imaginava que minha carreira seria. Nunca sonhei que ela incluiria essa homenagem. Eu só quero ser lembrado como um dos melhores jogadores defensivos que já atuaram na NBA”, afirmou o emocionado ex-pivô, que disputou 18 temporadas e quase 1.200 partidas como profissional nos EUA.

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Mutombo reservou espaço em seu discurso para agradecer boa parte das franquias, atletas e técnicos com quem trabalhou ao longo da carreira. Houve tempo para elogios a treinadores – e, agora, colegas de Hall da Fama – como Larry Brown e Lenny Wilkens, além de astros como Yao Ming e Allen Iverson. No entanto, dois companheiros de Georgetown, oponentes na NBA e grandes amigos receberam menção especial: Patrick Ewing e Alonzo Mourning.

“Patrick, você é um grande irmão, amigo e líder para mim. Você acolheu-me e foi meu mentor desde o primeiro dia em Georgetown. Eu te amo por isso. Alonzo, você me ajudou a ser um jogador melhor e torço para que muitos jovens de hoje possam competir em treinos como nós competimos. Muito obrigado, meu irmão”, agradeceu o ex-atleta de 49 anos, que atuou com Mourning no basquete universitário entre 1988 e 1991.

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Natural da República Democrática do Congo, Mutombo chegou à NBA quando ainda não era comum que atletas africanos jogassem na liga. Ele considera ter aberto as portas do jogo para seu continente tão importante quanto qualquer feito da carreira. “Eu tenho muito orgulho de ter sido apenas o terceiro africano a jogar na NBA, o filho da RD Congo que chegou aos EUA sem nada e, agora, faz parte da história da liga. Isso significa muito para mim”, exaltou.

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O ex-pivô saiu da África e conquistou o mundo: foi convocado para oito Jogos das Estrelas, eleito melhor defensor da NBA em quatro oportunidades e possui a segunda maior marca da história da liga em tocos (3.289). Em novembro, ele vai ter sua camisa aposentada (#55) pelo Atlanta Hawks pelos seis anos de serviços que prestou ao time. Encerrou a carreira em 2009, com médias de 9.8 pontos, 10.3 rebotes e 2.8 tocos.

Agora, o menino que saiu da África para conquistar o mundo faz o caminho contrário, como um verdadeiro humanitário. Formado em diplomacia por Georgetown e embaixador da NBA ao redor do mundo, o ex-pivô usa o dinheiro e fama conquistada em quadra para lutar pela melhoria das condições de vida no continente africano. É assim que, fora das quatro linhas, ele eleva ainda mais seu legado.

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“Jogar basquete permitiu que me tornasse um cidadão do mundo. Foi por causa do jogo que fui capaz de construir um hospital em meu país que já ajudou mais de 140.000 pessoas. Minha missão de vida é continuar mudando as condições de vida do povo africano. Eu não consegui conquistar um título, mas sou um campeão no coração de muitas pessoas”, finalizou Mutombo, que não parou – e nem pretende parar – de fazer a diferença com a aposentadoria.

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