Quem viu Bam Adebayo sair do basquete universitário para ser a 14ª escolha do draft de 2017 teria dificuldades para prever o status atual do jovem astro. Ele era considerado um pivô tecnicamente rústico, que vivia de fazer bloqueios para pick-and-rolls e ser um marcador versátil por sua condição atlética. Só ele mesmo e o Miami Heat, provavelmente, acreditavam que estaríamos falando de um all-star em intervalo de apenas três anos.
“Ter sido eleito para o Jogo das Estrelas realmente não é chocante para mim. É uma honra que você precisa mostrar ser merecedor e, nesses anos, provei o que era necessário. Sinto que o principal fator para o meu sucesso é ser uma pessoa humilde e agradável no vestiário, enquanto sou um competidor implacável e bem esforçado em quadra. O céu é o limite para qualquer um com essa combinação”, afirmou o jovem pivô, em entrevista ao jornal Miami Herald.
Adebayo floresceu rapidamente como um talento especial nos últimos meses, mas precisou esperar para que sua chance finalmente aparecesse. Ele passou a maior parte das duas primeiras temporadas que disputou na NBA na reserva de Hassan Whiteside, mesmo agradando mais do que o titular quando estava em quadra. A postura paciente e o trabalho incessante do jovem, sem “estrelismos”, foram os sinais definitivos de que merecia a aposta.
“É difícil explicar como alguém tão jovem pode ser tão maduro e respeitoso com o esporte. É uma pessoa de reais valores. Bam nunca reclamou, mesmo durante os anos em que mal jogava como reserva de Hassan. É um garoto que melhorou ao passo de seu trabalho. Ele é a prova de que, quando os jogadores simplesmente calam a boca em vez de falar o que querem, o trabalho acaba falando por si só”, exaltou o presidente de operações do Heat, o lendário Pat Riley.
Uma das evoluções mais impressionantes do jogo de Adebayo ocorreu em termos de passe e visão de quadra. Em sua única temporada no basquete universitário, atuando por Kentucky, o jogador distribuiu apenas 0.8 assistências por partida e acumulava um passe decisivo a cada dois erros de ataque que cometia. Ele está com médias de 5.0 assistências e quase dois passes decisivos por desperdício de bola registrado na atual campanha.
“Queremos maximizar o que Bam tem a oferecer e pode fazer. É um jogador único que continua a adicionar mais recursos e tornar-se mais diferente a cada dia. Esse é o ponto mais importante: ele não só é um vencedor, mas um atleta que melhora em curtos períodos de tempo. Aposto sem medo que será um jogador diferente e melhor ao fim da temporada do que é agora”, elogiou o técnico Erik Spoelstra.
Mais uma prova dessa evolução constante de Adebayo ficou em evidência durante o All-Star Weekend, quando o pivô que mal batia a bola em quadra pela Universidade de Kentucky ganhou o Concurso de Habilidades da NBA. Pat Riley reconhece que fez uma aposta no draft de três anos atrás e, hoje, recebe elogios ao redor da liga muito mais pelo empenho do jovem astro do que por seu brilhantismo.
“Bam é alguém que começa as coisas: faz tudo o que precisa de forma profissional e é por isso que chegou até aqui. É um grande líder e um companheiro de elenco exemplar. Diz ‘sim, senhor’ para os treinadores não por ser obrigado, mas por ser um sinal de respeito. E, hoje, eu também digo ‘sim, senhor’ quando respondo-lhe alguma coisa. Ele fez por merecer”, concluiu Riley, um dos profissionais mais premiados e respeitados da história da NBA.
