NBA se mexe, mas será o suficiente para o mundo entender a mensagem?

Gustavo Freitas analisa os fatos ocorridos nos últimos dias sobre Donald Sterling e o Los Angeles Clippers

Fonte: Gustavo Freitas analisa os fatos ocorridos nos últimos dias sobre Donald Sterling e o Los Angeles Clippers

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Suspender Donald Sterling pelo resto da vida foi um tapa na cara da sociedade, por mais que essa frase esteja batida. Foi um pequeno passo para que todos entendam que racismo é uma estupidez sem tamanho.

Já são conhecidos fatos anteriores ao problema da ligação telefônica com sua namorada. Sterling foi multado, brigou com alguns de seus diretores, e seguiu dirigindo um time medíocre até que Chris Paul se juntou ao ala-pivô Blake Griffin. Antes disso, amigos, o Los Angeles Clippers era simplesmente horroroso. E não era por falta de dinheiro.

Alguém aqui acha que ele se importa se o time vai vencer? Desde 1983-84, o Clippers não foi aos playoffs em 24 temporadas. Nas seis vezes que se classificou, em quatro delas caiu na primeira rodada, excluindo 2013-14.

O Clippers está hoje em um outro patamar, obtendo a vaga nos últimos três anos, mas a diretoria não. Ao menos, não estava.

Ora, bolas! O que um dono de time de NBA está pensando? No time dele existem vários negros. O maior torcedor da equipe, Darrell Bailey, é negro. E adivinha? Há dois anos, a direção pediu para que ele parasse de usar o apelido Clipper Darrell. Uma balinha para quem acertar quem pediu isso.

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Por mais que Sterling tenha sido criado de uma forma diferente, que seja um senil bilionário, seus comentários e seus atos foram patéticos. Mas isso vai mudar a vida dele tão drasticamente?

Vamos ser sinceros. Ele foi multado em U$2,5 milhões, vai acabar vendendo o time por pressão ou por algum tipo de regra. E daí? Ele vai continuar bilionário e vai sair do centro das atenções.

Não há lugar para ele na NBA, isso é certo. Porém, apesar de toda a comoção, toda a união de jogadores e dirigentes, isso não passa de um paliativo. Serve para calar a boca dos críticos, serve para dar uma lição de moral.

Hoje, a NBA está mais feliz, enquanto o mundo ainda não. O racismo está inserido em todos os lugares e é isso o que mais me preocupa. Um dirigente foi banido e multado, ok, ótimo. Um sujeito joga banana em um campo de futebol e outro vai lá e a come, vira mito e depois é descoberto um plano publicitário. 

O que aprendemos com tudo isso?

Que o racismo vai continuar. É um câncer na sociedade e não vejo hoje algo que extermine esse tipo de atitude. Daqui algumas décadas, talvez. Estamos plantando algo para as próximas gerações. Quem sabe?

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