Previsão da temporada – New Orleans Pelicans

Mesmo com a melhor dupla de garrafão da NBA, equipe deve passar longe dos playoffs

Fonte: Mesmo com a melhor dupla de garrafão da NBA, equipe deve passar longe dos playoffs

New Orleans Pelicans

Campanha em 2016-17: 34-48, décimo na conferência Oeste
Playoffs: não se classificou
Técnico: Alvin Gentry (terceira temporada)
GM: Dell Demps (oitava temporada)
Destaques: Anthony Davis e DeMarcus Cousins
Time-base: Rajon Rondo – Jrue Holiday – Dante Cunningham (Tony Allen) – Anthony Davis – DeMarcus Cousins

Elenco

9- Rajon Rondo, armador
15- Frank Jackson, armador
11- Jrue Holiday, armador/ala-armador
2- Ian Clark, ala-armador
24- Tony Allen, ala-armador/ala
55- E’Twaun Moore, ala-armador
27- Jordan Crawford, ala-armador
44- Solomon Hill, ala
21- Darius Miller, ala
12- Jalen Jones, ala
1- Perry Jones, ala
33- Dante Cunningham, ala/ala-pivô
23- Anthony Davis, ala-pivô/pivô
13- Cheick Diallo, ala-pivô/pivô
34- Cliff Alexander, ala-pivô/pivô
0- DeMarcus Cousins, pivô
3- Omer Asik, pivô
42- Alexis Ajinça, pivô

Quem chegou: Perry Jones, Frank Jackson, Rajon Rondo, Jalen Jones, Cliff Alexander, Tony Allen, Ian Clark

Quem saiu: Donatas Motiejunas, Jarrett Jack, Terrence Jones, Tim Frazier, Hollis Thompson, Langston Galloway, Anthony Brown, Reggie Williams, Quinn Cook, Archie Goodwin, Wayne Selden

Revisão

Quando 26 jogadores passam por um time durante uma única temporada, é que tem algo muito errado, não é mesmo? O New Orleans Pelicans começou o ano sem Jrue Holiday por conta de problemas familiares. Quando retornou às quadras, a equipe já estava uma bagunça e dependia demasiadamente do talento de Anthony Davis, que quebrou os recordes de pontos e rebotes da franquia em uma campanha, para vencer. Nas primeiras oito partidas, apenas derrotas. A diretoria desistiu do caminho único (Davis) e abdicou dos talentos de Buddy Hield e Tyreke Evans por DeMarcus Cousins para dividir essa responsabilidade com Davis. Vá lá, Evans já não é mais aquele jogador desde a temporada de calouro, mas mesmo assim, era útil ao grupo comandado por Alvin Gentry.

O Pelicans tinha um técnico que, historicamente, treinou equipes voltadas ao ataque, mas, por conta de sua montagem, estava completamente perdida em quadra. Gentry tentou, em vão, fazer o time ser competitivo. De algum modo, até melhorou e venceu 11 dos últimos 22 jogos da campanha passada. Nada, porém, que pudesse dar um grande salto na classificação.

O perímetro 

O calcanhar de Aquiles do Pelicans está, em suma, na formação do elenco. Mas mais que isso, faltam jogadores que possam ajudar de fato Davis e Cousins. Jrue Holiday até foi muito bem nos últimos anos, mas com quem mais o time conta? Aí está. Como reforços, a franquia contratou Rajon Rondo e Tony Allen, dois ótimos defensores, aliás. Mas como será que o time fica se os dois estiverem em quadra? Grande questão. O Pelicans fica reduzido a três jogadores no ataque. Rondo precisa da bola para produzir e não arremessa. Allen, é muito aguerrido, corre atrás de jogadas perdidas e tudo mais. Mas ofensivamente é limitadíssimo. A marcação do adversário vai dobrar nos caras de garrafão e deixar Holiday se virar sozinho.

Mesmo que Allen fique no banco, em favor de Dante Cunningham, a situação não muda. Cunningham, ala-pivô de origem, não consegue contribuir no ataque. Apenas Solomon Hill pode fazer algo um pouco diferente. Sim, foi isso mesmo que você leu: Solomon Hill. Estamos em 2017 e tudo o que o Pelicans pode fazer de melhor na posição é colocar o atleta ali. O problema é que Hill se submeteu a uma cirurgia para reparar uma ruptura total do bíceps femural da coxa esquerda e ficará de molho por quase toda a temporada.

Claro que Rondo é ótimo organizador, mas ao passo em que o time contrata um armador desses, acaba tirando a bola das mãos de Holiday, que também sabe preparar o ataque e tem bom arremesso. A aposta deverá ser nas mexidas da rotação principal, com as entradas de E’Twaun Moore, Jordan Crawford e Hill. Ex-Golden State Warriors, Ian Clark também é opção.

O arremesso de três pontos é um problema tão grande que Cousins precisa sair do garrafão o tempo todo para contribuir de lá. Desde a sua chegada, 30.3% de suas tentativas foram de três, com quase 40% de aproveitamento.

O garrafão

Certamente, a dupla formada por Davis e Cousins é a mais talentosa da NBA no setor. Os dois vão carregar o time nas costas. Desde a chegada do ex-Kings, o Pelicans teve um começo tenebroso, perdendo quatro das primeiras seis partidas. Depois disso, foram seis triunfos em 11 jogos com ele em quadra. Nada muito produtivo, até entendemos. Mas sua presença sempre força ao oponente uma atenção redobrada, até pela característica de sair do garrafão. Seu único problema continua sendo com as faltas técnicas. Foram 18 em 2016-17, angariando duas suspensões pelo fato.

Já Davis tende a ficar mais fora da área pintada e, na sequência, entra para construir suas jogadas ofensivas. A temporada passada marcou vários recordes individuais: pontos por jogo, rebotes e partidas disputadas. Pela primeira vez na carreira, o camisa 23 esteve em mais de 70 embates (foram 75 de um total de 82). Ótimo começo para quem lida com diversas contusões o tempo todo.

Seus reservas serão Omer Asik (e aquele seu contrato horroroso e longo), além do francês Alexis Ajinça. O turco até não é ruim. Faz lá seu papel de intimidador que não intimida ninguém, consegue saltar uma navalha deitada e ajuda na manutenção de bebidas geladas para aqueles que estiverem em quadra. Certo. Em sua defesa, ele está no time errado e a NBA mudou muito depois que recebeu o acordo de cinco anos. Os pivôs vão perdendo espaço na liga se não fizerem algo diferente. Asik não mudou e nem vai. Por sorte do Pelicans, isso acaba ao fim da temporada que vem, quando o time poderá dispensá-lo e pagar apenas US$3 milhões. Já Ajinça pode contribuir em tempo limitado. Uma surpresa na rotação de garrafão pode ser o jovem Cheick Diallo.

Análise geral

O torcedor mais otimista, obviamente, não vai concordar, mas o Pelicans é todo errado. Tem um técnico que gosta de montar elencos voltados para o ataque, mas pode contar com dois ou até três jogadores ao mesmo tempo que não sabem fazê-lo de forma alguma. Conta com dois armadores que seriam titulares em quase todas as equipes da NBA, mas ninguém sabe como serão juntos, já que Rondo começa a temporada no estaleiro. Possui dois excelentes atletas no garrafão, mas que serão sobrecarregados por toda a campanha por falta de alternativa. O ala titular não sabe fazer a função que lhe é pedida. Só está lá porque é, talvez, menos ruim que os outros. Difícil. O Pelicans não vai a lugar algum, exceto por trocas. Precisa de arremessadores, de espaçamento de quadra…

Gentry é um treinador experiente e que vai para a sua décima quinta temporada na função, a terceira em New Orleans. No entanto, foi para a pós-temporada em apenas duas ocasiões.

Acertar a defesa no perímetro é algo que precisa acontecer para ontem, mas principalmente, o ataque terá de arrumar um jeito de ser consistente. Rondo e Allen chegam para o primeiro item. E o segundo?

Entre tapas e beijos, Cousins e Rondo são velhos conhecidos. Jogaram pela mesma universidade (Kentucky, em épocas diferentes), já brigaram em quadra, o armador já deu esporro em Cousins, já o “esnobou” e “foi esnobado”, mas já resolveram suas diferenças, ainda no Sacramento Kings. Na única temporada em que atuaram juntos, o camisa 9 liderou a liga em assistências pela terceira vez na carreira, a primeira longe do Boston Celtics.

O encaixe é complicado e sangra os olhos ver jogadores talentosos fazendo praticamente a mesma coisa, vide Davis/Cousins e Holiday/Rondo. Vai ganhar jogos? Com certeza, até porque talento individual, o time tem. Os quatro serão os responsáveis por tais triunfos. Ninguém mais.

Previsão: 11º colocado na conferência Oeste

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