Previsão da temporada – Washington Wizards

Time de Washington aposta na qualidade da dupla de perímetro para brigar pelo título da conferência Leste

Fonte: Time de Washington aposta na qualidade da dupla de perímetro para brigar pelo título da conferência Leste

Washington Wizards

Campanha em 2016-17: 49-33, quarto colocado na conferência Leste
Playoffs: eliminado nas semifinais de conferência pelo Boston Celtics, em sete jogos
Técnico: Scott Brooks (segunda temporada)
GM: Ernie Grunfeld (15ª temporada)
Destaques: John Wall e Bradley Beal
Time-base: John Wall – Bradley Beal – Otto Porter – Markieff Morris – Marcin Gortat

Elenco

2- John Wall, armador
8- Tim Frazier, armador
31- Tomas Satoransky, armador
3- Bradley Beal, ala-armador
20- Jodie Meeks, ala-armador
21- Carrick Felix, ala-armador
9- Sheldon Mac, ala-armador
22- Otto Porter, ala
12- Kelly Oubre Jr., ala
7- Devin Robinson, ala
5- Markieff Morris, ala-pivô
14- Jason Smith, ala-pivô
30- Mike Scott, ala-pivô
1- Chris McCullough, ala-pivô
4- Michael Young, ala-pivô
13- Marcin Gortat, pivô
28- Ian Mahinmi, pivô

Quem chegou: Carrick Felix, Tim Frazier, Jodie Meeks, Devin Robinson, Mike Scott, Michael Young

Quem saiu: Bojan Bogdanovic, Trey Burke, Danuel House, Brandon Jennings, Andrew Nicholson, Daniel Ochefu, Marcus Thornton

Revisão

O Washington Wizards vinha de uma temporada muito abaixo das expectativas, registrando uma campanha de apenas 50% de aproveitamento, com 41 vitórias e 41 derrotas. Como não podia ser diferente, a franquia demitiu o treinador Randy Wittman e contratou o ex-técnico Oklahoma City Thunder, Scott Brooks. Além disso, estendeu o contrato de Bradley Beal, que gerou desconfiança em um primeiro momento por conta do alto valor envolvido no negócio.

Com elenco completo e um banco (acreditava-se) razoável, a expectativa era boa. Entretanto, o início da temporada não foi nada animador. Foram apenas duas vitórias e oito derrotas nos primeiros dez jogos, com John Wall e Bradley Beal se recuperando de lesão. Por sua vez, Otto Porter obteve médias de 14.4 pontos, 7.9 rebotes, bem como acertou surpreendentes 55% dos arremessos de quadra, nos primeiros 20 jogos da temporada. Outro jogador que se destacou foi Markieff Morris, que jogou muito bem dos dois lados da quadra e foi referência para o sistema de jogo adotado pelo técnico da equipe.

Após se reforçar com Bojan Bogdanovic e Brandon Jennings, o Wizards ficou com um elenco mais encorpado. Além dos recém-contratados, o treinador contou com o retorno do pivô Ian Mahinmi, peça fundamental do sistema tático da equipe, já que é o único jogador com características de proteção de aro. Com uma campanha de 49 vitórias, o Wizards conquistou o título da divisão sudeste, o que não acontecia há 38 anos, desde a temporada 1978-79, quando o time ainda se chamava Washington Bullets.

Já nos playoffs, a franquia confirmou o favoritismo diante do Atlanta Hawks na primeira rodada. O estilo de jogo de Washington era tão físico e “pegado”, que o ala-pivô Paul Milssap chegou a dizer que o time estava praticando “MMA”. Já na semifinal da conferência Leste, o Wizards acabou sendo eliminado pelo Boston Celtics em sete partidas (talvez a melhor série daqueles playoffs), com grandes atuações (para variar) das estrelas John Wall e Bradley Beal.

É plenamente possível afirmar que a temporada do Wizards foi um sucesso, já que o quinteto titular provou ser um dos melhores da NBA. O desenvolvimento de jogadores como Kelly Oubre Jr. e Otto Porter é muito positivo para o futuro da franquia. Claro que ainda há muito o que ser aprimorado no futuro, mas o saldo é positivo.

O perímetro

 

O Wizards tem provavelmente a melhor dupla de perímetro da conferência Leste. A produtividade de John Wall e Bradley Beal é muito positiva dos dois lados da quadra. Até podem existir outras duplas de qualidade igual ou superior, mas a dobradinha de Washington é muito marcante pela competitividade e personalidade que impõe sobre o jogo.

Até a temporada passada havia quem questionasse o jogo de John Wall, talvez por ser um armador com alguns traços característicos de uma geração anterior à atual. Entretanto, é bom frisar: essa dúvida não existe mais. Em 2016-17, o capitão do Wizards conquistou e sedimentou o seu espaço entre os melhores da NBA. É um líder nato. Já Bradley Beal angariou médias de 23.1 pontos, 3.5 assistências, 1.1 roubos de bola, além de 48% de aproveitamento nos arremessos de quadra (melhor da carreira), após fechar uma polêmica extensão contratual de US$ 128 milhões.

Agora, se tem um jogador do Wizards que precisa ser acompanhado de perto, esse é Otto Porter. O jovem ala era agente livre restrito e a franquia de Washington foi obrigada a cobrir o valor de US$ 106.5 milhões ofertado pelo Brooklyn Nets. É inegável que Porter vem de um ano de muita evolução e o futuro da franquia depende diretamente do seu rendimento.

Já no banco de reservas, o Wizards contratou o armador Tim Frazier, que disputou a última temporada pelo New Orleans Pelicans. Frazier será o reserva imediato de John Wall, enquanto que o tcheco Tomas Satoransky corre por fora na briga por tempo de quadra, uma vez que sofre para se adaptar ao basquete norte-americano.

Visando ter alternativas para os arremessos do perímetro, a franquia contratou Jodie Meeks. Apesar do grande histórico de lesões na carreira, o técnico precisa de jogadores com qualidade na linha dos três pontos, a fim de viabilizar uma formação mais baixa e utilizar um sistema de jogo com maior espaçamento de quadra.

O garrafão

A ausência de um protetor de aro fez toda a diferença no desempenho defensivo do time na última temporada. Marcin Gortat é um pivô excelente, mas não possui tais características. Esse jogador é Ian Mahinmi, que se lesionou e disputou apenas um terço dos jogos da equipe. Além disso, o camisa 28 possui um contrato longo e caro com a equipe do Wizards e, por isso, deve ser cada vez mais utilizado na rotação.

Agora, se Gortat não contribui muito na defesa, podemos afirmar que o atual titular do Wizards tem um estilo de jogo perfeito para John Wall no ataque. Vale frisar que Gortat disputou 320 jogos em quatro anos em Washington, isto é, estamos falando de um jogador que não se machuca.

O time da capital americana terá um desfalque importante nos primeiros meses da temporada: Markieff Morris. Homem de confiança do treinador Scott Brooks, o ala-pivô é figura central do sistema defensivo da equipe, fora que é um jogador versátil que pode desempenhar múltiplas funções dentro de quadra.

Na ausência de Morris, o técnico tem testado na posição 4 o jovem Kelly Oubre Jr., que também é bom defensor, mas não é um jogador de garrafão de origem. A primeira impressão não foi nada boa, porém, é muito cedo para afirmar que a tentativa já fracassou. Com Oubre Jr. em quadra e o small ball implantado, talvez Mahinmi seja o homem de garrafão adequado a ser escalado. Jason Smith, que tem um bom arremesso do perímetro, é outra opção para atuar na posição 4 enquanto Morris estiver fora.

Análise geral

Em situação semelhante à do Toronto Raptors, o triunfo do Wizards para a disputa da próxima temporada é a continuidade do trabalho desenvolvido nos últimos anos. Enquanto que Boston Celtics e Cleveland Cavaliers passam por um momento de reformulação, os principais jogadores da equipe de Washington já estão entrosados e alinhados com o treinador. Claro, isso não o faz melhor do que os rivais, mas é um ponto a ser considerado.

O que pode atrapalhar os planos da equipe é questão física. Contudo, o histórico de lesões que vinha limitando as ações e as pretensões do time da capital americana nos últimos anos, não aconteceu em 2016-17. O titular que disputou menos partidas na campanha realizou 76 embates. Caso isso se repita, as chances de uma campanha abaixo das expectativas são remotas.

Nesse contexto, a lesão de Morris preocupa. Trata-se de um jogador sem reposição no atual elenco do Wizards e, mais do que isso, é peça fundamental do balanço defensivo do time. Enquanto a equipe não encontrar um sistema de jogo equilibrado entre defesa e ataque, vai ser difícil encontrar regularidade nos jogos.

No mais, fica a impressão de que a franquia não aprendeu com os erros recentes. Novamente, o banco de reservas carece de qualidade, o que deve ser insuficiente para gerar estabilidade durante uma partida de basquete. Tal como na última temporada, os executivos terão que se desdobrar para trazer reforços ao longo do campeonato, sendo essa estratégia muito perigosa para quem sonha em disputar o título da conferência.

No final das contas, o Wizards tem um bom time titular para colocar em quadra, que deve incomodar qualquer rival. O sucesso da equipe depende diretamente do rendimento de Wall e Beal. Os dois principais jogadores do time, jogando no mesmo nível do último ano, devem garantir mando de quadra nos playoffs.

Previsão: quarto lugar na conferência Leste

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