Quem leva o Oeste?

Ricardo Romanelli analisa como se desenha disputa na conferência mais competitiva da NBA

Fonte: Ricardo Romanelli analisa como se desenha disputa na conferência mais competitiva da NBA

https://www.youtube.com/watch?v=JShkI0fmxtY

A atual temporada da NBA é uma das mais imprevisíveis projetando os playoffs: faltam poucos jogos para o fim da campanha regular e, até agora, não temos um quadro definitivo sobre séries ou favoritos. Por isso, eu resolvi analisar o panorama das duas conferências nas próximas semanas – uma de cada vez. Começaremos pelo Oeste.

O Warriors, liderado por Stephen Curry, faz campanha quase perfeita com o sucesso “fincado” em um ataque poderoso e uma defesa intensa. A habilidade do armador nas horas decisivas também tem um grande peso e a torcida é uma das mais vibrantes da NBA. Isso tudo faz dos californianos candidatos fortes ao título. Pessoalmente, minha aposta para levar o Oeste. Mas esse é um palpite bem mais duvidoso do que era o San Antonio Spurs no ano passado, por exemplo. A inexperiência da equipe pode fazê-los oscilar nos playoffs, onde enfrentarão adversários que possuem virtudes importantes para atuar sob tal pressão.

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Memphis Grizzlies e Portland Trail Blazers são duas equipes mais experientes do que o Warriors, por exemplo. A primeira joga um basquete coletivo que mistura defesa bastante aguerrida e jogo ofensivo quase sem desperdícios. O time joga prioritariamente com sua dupla de garrafão, Marc Gasol e Zach Randolph, que vive boa fase – especialmente, o espanhol.

Já o Blazers tem uma dupla de jogadores que podem fazer a diferença em uma série de playoffs. LaMarcus Aldridge evoluiu gradualmente desde sua entrada na NBA e hoje é um dos alas-pivôs mais completos da liga. Seu arsenal ofensivo e técnica apurada o colocam dentre os grandes jogadores da liga. No perímetro, o ainda jovem Damian Lillard já possui reputação que muitos veteranos não conseguiram alcançar: é um dos atletas mais decisivos em atividade e, apesar do pouco tempo como profissional, tem diversas cestas em instantes finais de partidas no currículo.

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Honestamente, acho muito difícil que o título do Oeste não fique com uma dessas três equipes. Houston Rockets, Los Angeles Clippers e Dallas Mavericks fazem campanhas similares a Blazers e Grizzlies, mas todas têm certas deficiências que as deixam mancas na briga pelos playoffs. O Rockets tem James Harden em excelente fase, sendo – para mim – o principal candidato ao prêmio de MVP no momento. No entanto, a saúde de Dwight Howard é um ponto de interrogação. O pivô perdeu muitos jogos durante a temporada e, mesmo quando atuou, não demonstrou seu melhor físico-técnico. O elenco também não parece tão unido quanto outros e faz um esforço descomunal apenas para manter a toada dos oponentes. Eu acho que isso vai fazer com que cheguem mais desgastados aos playoffs.

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O Clippers é um caso bastante esquisito: o time levou a melhor contra o Warriors nos playoffs do ano passado, em uma das melhores séries de sete jogos dos últimos tempos. Aquele era um sinal de que o Clippers seria uma das equipes mais fortes da NBA, para muitos. Aconteceu o contrário: os angelinos mantiveram mais ou menos o mesmo desempenho, só que sem a mesma intensidade ou brilho. O Clippers “estacionou” como time de meio de tabela e minha impressão é que não deve ameaçar os ponteiros.

Já o Mavericks foi de sensação a decepção em poucos meses. Com a chegada de Rajon Rondo no começo da temporada, acreditou-se que o time teria combinação certa de talento e experiência para firmar-se como potência em uma temporada marcada por imprevistos. Eu mesmo fui um deles, como escrevi em dezembro aqui mesmo. A previsão, porém, também não se concretizou: o armador não conseguiu se encaixar muito bem no esquema texano e já se fala em sua saída no meio do ano, como agente livre.

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É incrível dizer isso, mas acho que o atual campeão e sétimo colocado San Antonio Spurs deve ser mero coadjuvante nesta disputa. A equipe não vem demonstrando o basquete dos últimos dois anos, provavelmente pela combinação de fatores como fadiga de material, ascensão de novas forças na conferência, e desgaste físico-mental de tantas batalhas nos playoffs. Óbvio que esse é um time que ninguém quer enfrentar nos playoffs, pois trata-se de um grupo vencedor que vem jogando melhor depois da parada do Jogo das Estrelas. Mesmo assim, estou com a impressão de que não deverá ser páreo para os novos líderes da conferência.

A última vaga será resultado da “briga” entre Oklahoma City Thunder. New Orleans Pelicans e Phoenix Suns. Como todos já sabem, os três têm chances matemáticas de chegar lá. De qualquer forma, sinceramente, qualquer uma das três equipes que consiga a classificação não passará pelo Warriors. Acredito que ninguém tenha dúvidas disso.

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O Oeste, a meu ver, é mais imprevisível do que o Leste. O Warriors é, sem dúvidas, a equipe que mostrou-se mais forte ao longo da campanha. Mas, francamente, não há aquela aura de campeão que muitos vencedores do passado tiveram. É esse time, com essa aura, que ainda falta no Oeste. Falta, na síntese, o Spurs do ano passado. Mas será que existe um desses na conferência Leste? É o que veremos na próxima edição.

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