Revisão da temporada – Washington Wizards

Time da capital americana ficou com título de divisão pela primeira vez em quase quatro décadas

Fonte: Time da capital americana ficou com título de divisão pela primeira vez em quase quatro décadas

Washington Wizards (49-33) – quarto colocado na conferência Leste

Playoffs: eliminado pelo Boston Celtics nas semifinais de conferência, em sete partidas

MVP do time na temporada: John Wall – 23.1 pontos, 4.2 rebotes, 10.7 assistências e 2.0 roubos de bola, por partida

Publicidade

Pontos positivos da última temporada

– Até a temporada passada havia quem questionasse o jogo de John Wall, talvez por ser um armador com alguns traços característicos de uma geração anterior à atual. Entretanto, é bom frisar: essa dúvida não existe mais. Em 2016-17, o capitão do Wizards conquistou e sedimentou o seu espaço entre os melhores da NBA. É um líder nato.

Publicidade

A grande performance de Wall foi reconhecida com a eleição para o terceiro time ideal da liga. Com isso, o astro passou a integrar um seleto grupo de guards (que conta com Russell Westbrook, Stephen Curry e James Harden), que o qualifica para uma extensão contratual especial. Os três citados já começarão a temporada com contratos renovados e com muito dinheiro na conta, resta apenas Wall receber a oferta do Wizards.

– Com apenas 23 anos, Bradley Beal realizou 77 jogos nesta temporada e se solidificou como um dos melhores ala-armadores da liga. A direção do Wizards sofreu duras críticas ao fechar uma extensão contratual de US$ 128 milhões com o jogador na última offseason, principalmente pela dúvida sobre a sua condição física. Como resposta, Beal angariou médias de 23.1 pontos, 3.5 assistências, 1.1 roubos de bola, além de 48% de aproveitamento nos arremessos de quadra (melhor da carreira).

Publicidade

– O Wizards foi, enfim, um time saudável. O histórico de lesões que vinha limitando as ações e as pretensões do time da capital americana nos últimos anos não aconteceu em 2016-17. O titular que disputou menos partidas na campanha realizou 76 embates.

– Por fim, talvez o destaque mais positivo dentre todos os pontuados, foi a evolução individual das apostas do time para os próximos anos. Além do já citado Bradley Beal, nomes como Otto Porter, Markieff Morris e Kelly Oubre apresentaram um nível de basquete elevado, cada um com o seu propósito e finalidade.

Publicidade

Pontos Negativos

– A ausência de um protetor de aro fez toda a diferença no desempenho defensivo do time no campeonato. Marcin Gortat é um pivô excelente, mas não possui tais características. Apesar de o “fantasma das lesões” não ter assombrado a casa do Wizards na temporada, um jogador fundamental para desempenhar a função de proteção de aro se lesionou e disputou apenas um terço dos jogos da equipe – Ian Mahinmi.

Publicidade

– O banco de reservas de Washington era péssimo no início da temporada. Tanto que o aproveitamento do time nos primeiros jogos da campanha foi pífio e tudo apontava para uma campanha decepcionante. Foi então que prevaleceu o trabalho do gerente geral da franquia, Ernie Grunfeld, que reforçou o time com Bojan Bogdanovic, em troca com o Broolyn Nets, e com Brandon Jennings, que havia rescindido com o New York Knicks. Mas o começo ruim trouxe prejuízos – a demora nos ajustes penalizou a tentativa de uma colocação melhor na tabela de classificação.

Análise

Publicidade

O Washington Wizards vinha de uma temporada muito abaixo das expectativas, registrando apenas 50% de aproveitamento na temporada regular com 41 vitórias e 41 derrotas. Como não podia ser diferente, a franquia demitiu treinador Randy Wittman e contratou o ex-técnico do Oklahoma City Thunder, Scott Brooks.

Não obstante, a aposta no treinador foi uma tentativa clara de tentar recrutar Kevin Durant, já que o astro é natural de Washington, trabalhou com Brooks em Oklahoma e era agente livre irrestrito. Porém, como todos sabem, Durant acabou assinando com o Golden State Warriors. De qualquer forma, fato é que o técnico teve uma primeira temporada bem-sucedida no time da capital americana.

Publicidade

Provavelmente o fator que mais angustiou o torcedor do Wizards na offseason 2016, foi a assinatura de contrato de dois jogadores: Bradley Beal (US$ 128 milhões por cinco anos) e Ian Mahinmi (US$ 64 milhões por quatro temporadas), que comprometeram parte significativa do espaço salarial da equipe. Além deles, mas por valor menos oneroso, a franquia assinou contratos com Andrew Nicholson, Jason Smith, Tomas Satoransky, Marcus Thornton e adquiriu o armador Trey Burke, por uma escolha de segunda rodada.

Com elenco completo e um banco (acreditava-se) razoável, a expectativa era boa. Entretanto, o início da temporada não foi nada animador. Foram apenas duas vitórias e oito derrotas nos primeiros dez jogos. Enquanto o armador John Wall recuperava ritmo de jogo após passar por cirurgia no joelho e Bradley Beal retornava às quadras após fraturas no pé, Otto Porter mostrava que poderia ser uma alternativa segura para Scott Brooks. Nos primeiros 20 jogos na temporada, o jovem ala obteve médias de 14.4 pontos, 7.9 rebotes, bem como acertou surpreendentes 55% dos arremessos de quadra. Outro jogador que se destacou demais foi Markieff Morris, que jogou muito bem dos dois lados da quadra e foi referência para o sistema de jogo adotado pelo técnico da equipe.

Publicidade

Ocorre que aos poucos o time foi tomando forma, graças ao trabalho exemplar do treinador, que corrigiu erros (especialmente defensivos) e desenvolveu a maior parte dos jogadores, tornando o time melhor a cada mês. Mais coeso, o Wizards conquistou 20 vitórias e sofreu apenas sete derrotas entre janeiro e março de 2017.

Dentre todos os problemas que existiam em Washington, talvez o que mais incomodava era a falta de um banco de reservas eficiente e ativo na rotação. Por isso, a franquia arriscou muito ao trocar a escolha de primeira rodada do draft 2017, Marcus Thornton e Andrew Nicholson, por Bojan Bogdanovic e Chris McCullough. Em seguida, foi a vez de Brandon Jennings assinar com a franquia após se desvincular do New York Knicks. Por fim, o pivô Ian Mahinmi retornou de lesão para reforçar a equipe no restante da temporada.

Publicidade

A mudança de panorama trouxe nova vida à segunda unidade do time. O veterano Jason Smith apareceu mais para o jogo com a chegada de Mahinmi, Brandon Jennings passou a ser playmaker de descanso para John Wall e, brilhantemente, Kelly Oubre se tornou um dos jogadores mais importantes do time, já que é um especialista defensivo e pôde focar mais na sua especialidade.

Com uma campanha de 49 vitórias, o Wizards conquistou o título da divisão sudeste, o que não acontecia há 38 anos, desde a temporada 1978-79, quando o time ainda se chamava Washington Bullets.

Já nos playoffs, a franquia confirmou o favoritismo diante do Atlanta Hawks na primeira rodada. O estilo de jogo de Washington era tão físico e “pegado”, que o ala-pivô Paul Milsapp chegou a dizer que o time estava praticando “MMA” em quadra.  Já na semifinal da conferência Leste, o time acabou sendo eliminado pelo Boston Celtics em sete partidas (talvez a melhor série daqueles playoffs), com grandes atuações (para variar) das estrelas John Wall e Bradley Beal.

Publicidade

É plenamente possível afirmar que a temporada do Washington Wizards de 2016-17 foi um sucesso. O quinteto titular provou ser um dos melhores da NBA, o desenvolvimento de jogadores como Kelly Oubre e Otto Porter foi muito satisfatório, bem como o ano sem lesões graves nos principais jogadores favoreceu a rotação. Claro que ainda há muito o que ser aprimorado no futuro, mas o saldo é positivo.

Futuro

O Wizards está no caminho certo. Começando pelo treinador, que desenvolve o time, entende as suas necessidades e extrai o melhor dos seus atletas. Foi exatamente este o trabalho realizado em Oklahoma, com Durant e Westbrook ainda em processo de formação. Aos pouco o time foi ganhando profundidade e destaque ao redor da liga.

Publicidade

Com relação aos jogadores, existe uma base muito forte e promissora para o futuro. John Wall e Bradley Beal dispensam comentários. Ao longo da análise ficou muito clara a importância das duas estrelas para o time. Otto Porter, que acaba de assinar uma extensão milionária, é outro que já deu sinais de que pode ser um terceiro pilar dentro dessa equipe. Kelly Oubre Jr. é mais um jovem promissor que cumpre função tática essencial.

Publicidade

No garrafão, o time realmente sentiu falta de um pivô que proteja o aro. E esse nome é Mahinmi, que assinou um contrato caro em 2016. O problema, não para esta temporada, mas para a próxima, é a renovação de contrato de Marcin Gortat, pois será difícil absorver mais um contrato de pivô sem comprometer a montagem do restante do elenco. Acontece que o atual titular do Wizards tem um estilo de jogo perfeito para John Wall. Vale frisar que Gortat disputou 320 jogos em quatro anos em Washington isto é, estamos falando de um jogador que não se machuca.

Markieff Morris foi o homem de confiança de Scott Brooks. Tanto os melhores momentos da equipe como os piores guardaram relação direta com a produção do ala-pivô, que foi o termômetro do time. Para a disputa da próxima temporada, Morris será uma baixa importante, conquanto ainda se recupera de lesão e pode retornar às quadras somente em meados de dezembro. O bom é que o jogador tem contrato até 2019, com salário “irrisório” de US$ 8 milhões por temporada.

Publicidade

Agora, se existe um ponto decadente nesse time do Wizards, com certeza é o banco de reservas. As saídas de Brandon Jennings e, principalmente, Bojan Bogdanovic (que assinou contrato com o Indiana Pacers) trazem o time à estaca zero, ou seja, no mesmo ponto que se encontrava no início da temporada passada. Dor de cabeça, portanto, para o treinador da equipe.

Por outro lado, o grande trunfo da franquia de Washington para a próxima temporada é que a base se manteve, enquanto que os dois principais times da conferência, Cleveland Cavaliers e principalmente o Boston Celtics, passam por um momento de reformulação. A tendência é que haja um período de adaptação. Nesse sentido, jogadores que jogam há mais tempo juntos podem levar certa vantagem. Destarte, qualquer situação que não seja mando de quadra, já pode ser considerada um fracasso.

Publicidade

 

Últimas Notícias

Comentários