Alex pode transformar o Bauru em potência novamente?

Guilherme Ramos traça os benefícios da volta do ídolo bauruense ao elenco do Dragão

Fonte: Guilherme Ramos traça os benefícios da volta do ídolo bauruense ao elenco do Dragão

Alex Garcia é, junto de Larry Taylor, o maior ídolo do Bauru Basket. O “Brabo” passou cinco temporadas na equipe e, além da linda história de títulos, tanto nacionais quanto internacionais, teve uma identificação ímpar com a torcida e a cidade. Fundamental na conquista do único NBB do Dragão, o “LeBron James brasileiro”, como é carinhosamente apelidado por torcedores, volta depois de um ótimo ano em Minas Gerais. Mas, aos 40 anos, Alex ainda pode render tudo isso no Bauru?

Se nada de anormal acontecer, a resposta é sim – e muito. É chover no molhado dizer que Alex é uma referência defensiva. O ala é o terceiro jogador que mais contribuiu em vitórias no Minas na última temporada (3.2) e, como era de se esperar, teve o maior número de contribuição defensiva em vitórias (1.4) da equipe. No Bauru, quem chega mais perto desses números é Lucas Faggiano (2.3 e 1.3, respectivamente). Vale ressaltar, também, que a equipe mineira era muito mais sólida defensivamente que os bauruenses, o que explica os números não tão assustadores de Alex em estatísticas avançadas.

Um fundamento em que o Bauru se destaca, entretanto, são os roubos de bola. Foi o líder do NBB no quesito, principalmente pelas mãos de Faggiano (1.8) e Crescenzi (1.1), com Larry (1.1) e Massey (1.9) tendo jogado pouco na temporada. A leitura de posicionamento de Alex na defesa de perímetro é inigualável, seja para se adiantar à linha de passe, impedir a passagem do jogador da linha dos três ou sufocar qualquer um em uma perseguição pela quadra. É o melhor defensor da história do NBB e não está declinando, se levarmos em consideração a última temporada.

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Se a contribuição defensiva do Brabo é óbvia, também é evidente que, no ataque, é um jogador acima da média. Teve 4.5 assistências por jogo no NBB 12 e, em sua última temporada “saudável” por Bauru, em 17/18, distribuiu, em média, 5.6 por partida. Um dos problemas no Dragão foi, justamente, rodar a bola na meia-quadra. Faggiano, o líder da equipe, tinha todo o peso da armação em suas costas, principalmente pela lesão de Larry Taylor, então Draper (25.5), Wiggins (25.2) e Massey (21.4) acabaram com números de uso muito altos. Acabavam por passar tempo demais com a bola na mão em jogadas de um contra um ou passes sem objetivo. Gabriel Jaú (21.2) também tinha a bola por bastante tempo durante os jogos, mas pouco produziu. 

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Com as contratações de Alexey, de Mogi, e Dikembe, do Paulistano, Bauru também monta um time coeso para a chegada de Alex. Com Larry, Alexey será responsável pela armação do time, e Alex pode aparecer como um condutor secundário, sem a necessidade de armar o jogo, para achar opções distintas de pontuação – seja com a jogada individual ou com passe. Também contribui no pick and roll, podendo explodir para a cesta ou encontrar companheiros, e dar amplitude ao ataque para finalizar de diversas maneiras.

Alex está no grupo seleto das super-estrelas do NBB, também, pela sua bagagem ofensiva. Muito forte para infiltrar e arrancar bandejas em cima de jogadores mais altos, consegue criar o próprio arremesso e, também, aparecer como um chutador estático. Por mais que ao longo da carreira o Brabo tenha números inconstantes dos três – temporadas com 30%, outras com 37% e 40% – é uma arma que ele nunca deixou de usar e se mostrou confiável em momentos importantes. O seu volume (média de 5.5 tentativas por jogo na carreira), entretanto, pode preocupar caso as bolas não estejam caindo. 

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Mesmo assim, a pontuação nunca foi um problema. No seu tempo de Brasília, teve média de 17 pontos por jogo ao longo dos seis anos na capital. Em Bauru, a média caiu para 13.7, mas vale ressaltar que sua minutagem também decaiu, enquanto suas assistências aumentaram consideravelmente. Alex também é um dos jogadores mais eficientes da história da liga, com média de 18.2 no quesito durante a carreira. É uma aquisição que eleva o patamar de qualquer equipe.

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A renovação dos jovens Emanuel e Samuel Pará também é benéfica para a construção do elenco. Dois bons e versáteis defensores, que, ao lado de Alex, tendem a crescer ainda mais. Emanuel, principalmente, foi pouco usado mesmo contribuindo em seu tempo de quadra: foi o segundo na equipe em mais/menos defensivo (1.5), terceiro em eficiência ofensiva (110.5) e grande parte do seu pouco tempo com a bola foi para assistências, atrás apenas de Faggiano na proporção de uso/assistência (22.4), seguido por Samuel (17.7). São jogadores que podem contribuir para o bom funcionamento da equipe sem precisar de nenhum tipo de estrelato.

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Por fim, Alex ajuda não só dentro de quadra, mas no vestiário e nos treinos também. A experiência de seus 40 anos, multicampeão, rodagem de Europa e NBA e o tempo com a Seleção são qualidades imensuráveis. Com a boa montagem de elenco do Bauru, Alex chega para alavancar de vez as chances do Dragão para a próxima temporada. 

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