Celtics precisava de vitória sobre Pacers para respirar

Time de Massachusetts amarga a sétima posição na conferência Leste

Celtics vitória Pacers Fonte: Brian Babineau/AFP

O Boston Celtics superou o Indiana Pacers na noite de sexta-feira por 118 a 112, colocando fim a uma sequência de três derrotas. Mais do que isso, como afirmou o armador Kemba Walker, o Celtics precisava da vitória sobre o Pacers para poder respirar na classificação da conferência Leste.

O time de Massachusetts possui 16 triunfos em 33 jogos disputados. Campanha é considerada muito ruim para uma equipe que caiu apenas na final do Leste na temporada passada para o Miami Heat. Mas, antes, é preciso entender o contexto.

Sem Marcus Smart, lesionado desde o dia 31 de janeiro, o Celtics definhou. Em 15 jogos, o time perdeu nove com a ausência de seu melhor defensor. Além disso, Jayson Tatum ainda sente os efeitos do coronavírus e não vem se apresentando da melhor forma que a torcida espera.

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Há duas semanas, Danny Ainge, o chefão do time, disse que o elenco não era bom o suficiente para ser campeão. Mas de onde será que ele tirou essa ideia? Será que foi só depois de ver seus comandados falharem noite após noite ou ele sabia disso quando não conseguiu trocar Gordon Hayward?

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Apenas para relembrar, Ainge teve a chance de receber o pivô Myles Turner por Hayward. Estava tudo apalavrado. Mas ele foi ganancioso, quis explorar o Pacers. Não deu certo e o ala foi parar no Charlotte Hornets. Sem Turner, aquele pivô defensivo que o time tanto precisava, o Celtics fechou com o veterano Tristan Thompson.

Tudo bem?

Nada. O Celtics recebeu uma trade exception, no valor de US$28.5 milhões, que expira em novembro. Mas o GM pode utilizar parte dela agora. Ele tem como mexer no time e, aparentemente, ainda não conseguiu encontrar as peças que busca. Se esperar até o fim da temporada, corre o risco de ficar sem nada: sem boa campanha em 2020-21, sem jogador (es) pela exceção.

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Recentemente, o ala Harrison Barnes, do Sacramento Kings, teve seu nome ventilado sobre uma possível troca com o Celtics. Barnes receberá, até o fim da atual temporada, US$22.3 milhões. Ótimo defensor, o atleta, de 28 anos tem sido importante, também, no ataque. Ele produz 16.2 pontos e 6.2 rebotes, além de um aproveitamento de 39.4% nos arremessos de três.

Uma eventual chegada de Barnes faria muito sentido e, assim, Thompson não precisaria jogar ao mesmo tempo que Daniel Theis. Os dois dividem quadra em uma NBA que não permite mais jogar sem espaçamento. Embora o alemão esteja com o melhor aproveitamento da carreira no arremesso de longa distância (38.2% em 2.2 tentativas por jogo), o time perde muito quando ele não está dentro do garrafão adversário, explorando faltas e rebotes de ataque, justamente o que Thompson faz de melhor, liberando espaços para Jaylen Brown, Walker, Tatum e Smart (quando estiver saudável) fora da área de três pontos.

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Claro que a ausência de Smart é sentida também no ataque. É ótimo passador e sabe arremessar, ainda que na atual campanha, ele tenha acertado pouco mais de pobres 31.1% de três. Mas isso só ocorreu porque ele foi o armador em boa parte do tempo em que Walker esteve fora, por lesão no joelho. Seu melhor arremesso sai quando não é necessário ser criado por ele, mas, sim, quando recebe. Em 2018-19, ele acertou 38.7% quando recebeu e arremessou, contra 29.1% quando precisou criar o lance. Tudo bem que em 2019-20, foi o inverso (40.1% quando ele driblou e arremessou contra 31.4% quando recebeu e arremessou), mas em geral, ele é melhor recebendo.

O time carece de sua presença defensiva, principalmente. E ele não vai jogar até a parada para o Jogo das Estrelas, o que significa mais seis partidas, pelo menos. Sem ele contra o Pacers, no entanto, o time venceu. Mas só conseguiu isso por alguns detalhes que não podem ser deixados de lado: a atitude de Walker no ataque, Jeff Teague e Robert Williams saindo do banco e consistência na defesa.

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Primeiro, Walker fez 32 pontos em 19 arremessos tentados, distribuiu seis assistências e teve apenas um erro de ataque. De longe, sua melhor partida na temporada. Depois, Teague, que não vinha sendo aproveitado, voltou a ser lembrado por Brad Stevens na derrota para o Atlanta Hawks. Não por menos, o veterano anotou 14 pontos nos dois embates. Williams, mesmo não sendo um especialista defensivo (dá muito toco, mas se perde em trocas, carece de vontade), contribuiu com 14 pontos, 11 rebotes e três bloqueios. Por fim, o Pacers acertou apenas 39.3% dos arremessos de quadra. O time, que vem caindo na classificação do Leste, tem aproveitamento de 47.1% na temporada.

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Stevens está na corda bamba, mas é preciso jogar com mais inteligência. Se Tatum (quatro acertos em 18 tentativas contra o Pacers) não resolve por ainda não estar 100% fisicamente e acaba tirando parte dos arremessos que poderiam ser de Brown, o negócio é apostar na experiência de Walker e Teague (começou muito mal por não conhecer o “livro de jogadas”, algo que ele já citou). Jogar com dois caras grandes é nadar (ou remar, como queira) contra a maré. A NBA não permite isso mais.

Diminuir a quantidade de desperdícios de bola, também, é uma das melhores soluções para um ataque que não produz o suficiente para vencer. O Celtics comete 14.4 turnovers, a maior marca desde 2017-18, mas naquela época o time se baseava em uma defesa forte, o que não se repete em 2020-21 (17° da liga em defensive rating). Contra o Pacers, foram 11.

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Se o Celtics quiser sair da incômoda sétima posição do Leste, Ainge vai ter que se mexer e não ficar dependendo da volta de Smart.

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