Central do Draft – Pouco badalado, Kendrick Nunn lidera corrida para Calouro do Ano

Armador do Miami Heat sequer foi selecionado no draft de 2018 e passou a última temporada na Liga de Desenvolvimento

Fonte: Armador do Miami Heat sequer foi selecionado no draft de 2018 e passou a última temporada na Liga de Desenvolvimento

Por Lucas Torres, da Central do Draft 

Quando o ala-pivô Zion Williamson, do New Orleans Pelicans, terminou seu primeiro jogo pela pré-temporada da NBA com 16 pontos, sete rebotes, três roubos de bola e algumas enterradas de tirar o fôlego, imaginávamos que já – a partir dali, não haveria competição real pelo prêmio de Calouro do Ano em 2019-20.

Depois de dar sequência àquele início com outras exibições ainda mais impressionantes – no entanto, a primeira escolha do Draft de 2019 sofreu uma lesão no menisco do joelho direito e, por conta da necessidade de uma artroscopia para reparação do problema, perderá ao menos as seis primeiras semanas da temporada regular.

Esse cenário, embora tenha frustrado grande parte da comunidade do basquete – ansiosa pela estreia do ‘fenômeno’, reacendeu a batalha pelo posto de melhor calouro da temporada, devolvendo a ela o elemento sempre excitante da incerteza.

Ilustrando esse cenário de ‘disputa aberta’, o pouco badalado Kendrick Nunn, armador do Miami Heat que não foi sequer selecionado no Draft de 2018 e passou toda a temporada passada na Liga de Desenvolvimento, se apresentou para o grande público com performances que impulsionaram o time da Flórida a uma campanha positiva durante a ausência de Jimmy Butler, e garantiram a ele o posto de líder da disputa pelo Calouro do Ano na primeira atualização da temporada.

Confira abaixo o Top 5:

1) Kendrick Nunn (Miami Heat) 

Médias: 22.4 pontos / 2.6 assistências / 1.8 roubo de bola / 51.8% nos arremessos de quadra / 48.4% nos arremessos do perímetro, em 6.2 tentativas por partida

Pontuador puro, Nunn foi a válvula de escape e principal cestinha do Miami Heat em uma semana na qual a equipe não pôde contar sua principal estrela – o ala Jimmy Butler. Ele foi o primeiro calouro desde Kevin Durant (113) a anotar mais de 100 pontos em suas cinco primeiras partidas na NBA (Nunn fez 112).

Com ótimo controle de bola e a boa combinação de agilidade e explosão atlética, o novato de 24 anos esteve muito bem invadindo o garrafão adversário a partir do drible (44.3% de seus arremessos vieram a três metros ou menos da cesta), onde finalizou com floaters de excelente toque com sua mão esquerda.

Sua habilidade como slasher fez com que seus adversários adotassem uma defesa mais conservadora e distante, com oponentes optando constantemente por ir para baixo de screens em situações de pick and roll, cenário que lhe abriu oportunidades de conectar pull-ups de média e longa distância com pouca contestação – situação que explorou com moderação (apenas 27.1% de seus arremessos vieram em pull-ups) e eficiência (47.4% de aproveitamento).

Dando indícios de que poderá seguir sendo efetivo com a volta de Butler, cenário em que – provavelmente –  terá menos oportunidades com a bola nas mãos, Nunn foi ainda efetivo como um ala-armador mais tradicional, fora da bola, ao conectar 47.4% de uma média de 4.8 tentativas para três pontos em situações de catch and shoot.

https://www.youtube.com/watch?v=gDg7lQvBcUc

2) Rui Hachimura (Washington Wizards)

Médias: 18.0 pontos / 7.0 rebotes / 50% nos arremessos de quadra

Revezando entre as posições de ala e ala-pivô no sistema do treinador Scott Brooks, o japonês mostrou muita versatilidade defensiva para ser igualmente efetivo marcando jogadores menores no perímetro, como os mais altos na área pintada – limitando seus oponentes a um aproveitamento de 44.8% nos arremessos de quadra e 33.3% na linha dos três pontos.

No lado ofensivo, Hachimura manteve a eficiência demonstrada na última temporada universitária – explorando sua força física para criar contato e finalizar ao redor do aro, bem como utilizando um old school jogo de média distância, área na qual impressionou pelo ritmo em seus pull-ups e a consistência para usar sua envergadura de 2,18m na hora de arremessar por cima de seus defensores (61.1% de aproveitamento em pull-ups no mid range).

https://www.youtube.com/watch?v=RTyoQzspHeA

3) PJ Washington (Charlotte Hornets)

Médias: 15.8 pontos / 7.0 rebotes / 1.0 roubo de bola / 54.7% nos arremessos de quadra / 52% nos arremessos do perímetro, com 5.0 tentativas por partida

Um dos jogadores com um conjunto de habilidades mais completos da última temporada universitária, Washington não demorou para traduzir seu jogo para escolher aquilo que a defesa lhe dá no lado ofensivo da quadra.

A começar por uma tremenda eficiência para a quadra conectando arremessos de três pontos em situações de catch and shoot nas duas primeiras partidas do ano, o ala-pivô ganhou confiança e já começa a traduzir para a NBA o ganchinho curto de mão direita, sempre acompanhando de grande elevação na hora de punir jogadores menores no post médio – seu movimento preferido nos tempos de Kentucky.

Washington tem feito ainda excelente trabalho como reboteiro, mostrando maturidade para usar a técnica do box out a fim de proteger a tábua defensiva contra jogadores maiores e mais atléticos (seis de seus sete rebotes de média foram defensivos).

https://www.youtube.com/watch?v=nEv1Fb2IRyE

4) RJ Barrett (New York Knicks)

Médias: 18.2 pontos / 6.4 rebotes / 3.0 assistências / 1.6 roubo de bola / 3.2 desperdícios de bola / 47.4% nos arremessos de quadra / 42.1% nos arremessos do perímetro, com 3.8 tentativas por partida / média de 5.4 tentativas de lances-livres

Extremamente agressivo atacando o aro (65.3% de suas tentativas vieram a três metros ou menos do aro), Barrett traduziu imediatamente sua habilidade de garantir tentativas não-contestadas a partir do lance-livre – conquistando o direito de ir à linha média de 5.4 vezes por partida.

O fato de ter, até aqui, convertido apenas 40.7% dessas tentativas chega a ser irrelevante – já que o canadense tem mostrado, com ótimo toque na linha dos três pontos, que é um arremessador mais capaz do que o indicado pela estatística.

Relevante, porém, é a continuidade da previsibilidade demonstrada nos tempos de Duke. Pouco confortável para driblar e finalizar com a mão direita, Barrett telegrafa seus cortes para o lado esquerdo – o que o coloca em situações difíceis, em áreas congestionadas, cenários que resultam no fato dele ter cometido mais turnovers do que assistências até aqui (0.88 assistência para cada turnover).

https://www.youtube.com/watch?v=_5EplimcGOE

5) Ja Morant (Memphis Grizzlies)

Médias: 17.5 pontos / 3.5 rebotes / 5.0 assistências / 1.8 roubo de bola / 5.0 desperdícios de bola / 50.0% nos arremessos de quadra / 42.9% nos arremessos do perímetro, com 1.8 tentativa por jogo

Espetacular na transição com a combinação de velocidade na quadra aberta e controle corporal para se manter equilibrado nessas situações, a segunda escolha do draft de 2019 tentou importantes 21.4% de seus arremessos quando havia até 18 segundos no relógio de posse de bola (converteu 75% dos chutes nesse cenário).

Além da capacidade de criar para si mesmo em contra-ataques, Morant tem contagiado seus companheiros a correr – estabelecendo um ritmo excitante, que posiciona o Grizzlies como a equipe com maior pace da liga nesses primeiros dez dias de temporada.

Na meia-quadra, no entanto, o armador tem muito o que melhorar – ao exibir tendência a arriscar manter o drible vivo em situações de dobra e pressão, bem como dificuldade e hesitação na hora de punir adversários que optam por ir para baixo de corta-luzes a fim de fechar suas linhas de penetração.

Tais dificuldades – expostas dos dados que apontam que 69.6% de seus arremessos vieram a três metros ou menos da cesta e que ele converteu apenas 33.3% suas tentativas de pullup, resultam no preocupante rating de um turnover para cada assistência até aqui.

https://www.youtube.com/watch?v=E3WAxFWstqQ

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