EXCLUSIVO: destaque do Paulistano, Felipe Ruivo fala sobre temporada, seleção e futuro

Em entrevista ao Jumper Brasil, Ruivo abre o jogo sobre a troca para o Paulistano, prêmios individuais, NBA, Europa e seleção brasileira

Felipe Ruivo Fonte: Foto: Reprodução Instagram/Felipe Ruivo

O Paulistano iniciou a temporada 2020/21 cercado de dúvidas após perder Yago, Solano e Dikembe – três de seus principais destaques. No entanto, com um time renovado, a equipe chegou a final do Campeonato Paulista (quando acabou derrotado por Franca) e segue invicto após cinco rodadas no NBB. Um dos grandes responsáveis pelo (re)surgimento da equipe é o armador Felipe Ruivo, de apenas 22 anos, que vem se destacando e liderando a equipe.

Natural de Itanhaém, no litoral paulista, Ruivo começou cedo no basquete. Seu pai, Lauro, era treinador do Inter – de Santos – e Felipe logo começou a treinar com a mesma equipe. Aos 16 anos o armador viajou para a capital e assinou com o Pinheiros. Na equipe pinheirense, Felipe Ruivo foi MVP das finais da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB) em 2018. Nessa época ele já fazia parte do elenco profissional e também atuava no Novo Basquete Brasil.

Após três temporadas vestindo o azul do Pinheiros, Ruivo tomou a arriscada decisão de ir para o rival Paulistano. Em sua segunda temporada na equipe, o armador afirma que não se arrepende e que tem “muitos amigos nos dois clubes”. Em 2019 a temporada foi, segundo o próprio atleta, “decepcionante”, mas 2020 a situação mudou totalmente. Felipe ganhou espaço na rotação de Régis Marrelli e tem médias de 15.6 pontos, quatro assistências e 1.6 roubos de bola por jogo no NBB. Desempenho que o colocou entre os cinco mais votados para a corrida do MVP Jumper Brasil.

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Em entrevista ao Jumper Brasil, Felipe Ruivo abre o jogo sobre a troca para o Paulistano, prêmios individuais, NBA, Europa e Seleção Brasileira.

Felipe Ruivo

Foto: Reprodução Instagram/Felipe Ruivo

Confira a entrevista com Felipe Ruivo na íntegra

Jumper Brasil: Ruivo, você jogou por anos na base do Pinheiros e em 2019 decidiu assinar com o rival Paulistano. Como foi essa transição? Foi bem acolhido pela torcida? E a relação com o ex-clube?

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Felipe Ruivo: A minha transição do Pinheiros para o Paulistano foi bem bacana e muito fácil, eu diria. São dois excelentes clubes com excelentes estruturas que se parecem em muitos aspectos. São dois lugares muito profissionais e com uma seriedade sem igual. Então, foi bem fácil para mim nesse sentido. A torcida do Paulistano me acolheu de uma maneira muito boa. Já tenho inúmeros amigos no clube. São torcedores que apoiam a incentivam a equipe, e os jogadores, o tempo todo. E a reação com o ex-clube continua sendo a melhor possível. Tenho muitos amigos lá e é um lugar que eu guardo no coração com muito carinho.

JB: Ano passado você não teve o espaço que acreditou que teria no Paulistano. Fale um pouco das dificuldades e frustrações de 2019?

FR: Realmente a temporada passada não foi da maneira que eu havia planejado, da maneira que eu esperava. Foi uma temporada um pouco complicada para mim. Acho que se deve um pouco ao fato de termos no elenco excelentes jogadores como o Yago e o Solano, que faziam a mesma posição que eu. Eu vim pro Paulistano com a expectativa de ter mais minutos de quadra, de ter um protagonismo um pouco maior dentro do time e isso acabou não acontecendo. Mas isso já ficou no passado e o meu foco é total no que essa temporada tem para me oferecer e no que eu posso fazer para ajudar o Paulistano a ficar entre os primeiros colocados.

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JB: A saída do Yago abriu uma vaga no quinteto titular da equipe. Esse era um dos seus objetivos para a temporada?

FR: Meu objetivo não é ser titular, ser cestinha ou nada disso. Meu objetivo é ajudar o Paulistano da melhor maneira possível. Se isso quer dizer que eu tenho que ficar 30 minutos na quadra e ser o cestinha do time ou 20 minutos e dar dez assistências, que assim seja. Acho que todo mundo sabe da qualidade do Yago e a saída dele realmente abriu espaço pra mim. E o meu objetivo atualmente é crescer como pessoa, crescer como atleta, crescer com o Paulistano, que é um excelente clube, e fazer uma boa temporada.

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JB: Você fez um ótimo campeonato paulista e iniciou o NBB ainda melhor. O que mudou na sua abordagem em relação ao ano passado?

FR: Eu acho que os resultados que eu venho adquirindo, tanto no Paulista como no início do NBB, é muito pela minha função dentro da equipe. Temos um número reduzido de adultos no elenco e eu não posso me dar ao luxo de passar em branco algumas partidas. Então, a minha abordagem esse ano é ser agressivo, tanto para cesta quando para chamar a atenção de marcadores e criar espaço para meus companheiros. Acho que é uma abordagem com uma mentalidade bem diferente, com muito mais responsabilidade de desempenhar um bom basquete para ajudar minha equipe.

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JB: Temos, de fato, visto você mais agressivo em direção a cesta e também mais comunicativo e livre dentro de quadra. Está assumindo um papel de liderança dentro do grupo?

FR: Esse papel de ser líder, de me comunicar bastante com meus companheiros, de ser agressivo para a cesta, não só para arremessar, mas para atrair a defesa e criar um arremesso para algum companheiro, eu sempre fiz. Desde pequeno eu tenho isso no meu jogo. É algo que fiz a vida inteira. A diferença é que nessa temporada eu tenho um pouco mais de liberdade e confiança para colocar tudo isso em prática. Então, é um papel que eu gosto, é algo que está comigo desde sempre e eu espero continuar fazendo isso.

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JB: Seu desempenho nas primeiras semanas do NBB fez com que você ficasse entre os cinco mais votados para o prêmio de MVP do Jumper Brasil. Ao que vc credita essa evolução nessa temporada? Almeja brigar pelo MVP?

FR: É claro que ganhar um prêmio individual como o de MVP seria muito importante, acho que me levaria para outro patamar na minha carreira. Mas o meu objetivo é ajudar o Paulistano a conquistar o maior número de vitórias e títulos possíveis. É nisso que eu me apego, é isso que eu sempre preguei em minha carreira e é isso que vou continuar fazendo. Os prêmios individuais vão ser uma consequência do que eu fizer dentro de quadra com meus companheiros.

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JB: Como é a relação com Régis Marrelli? Em 2019 havia a impressão de que grupo é técnico não se entendiam muito bem, mas agora parecem que estão todos unidos. Como ele influencia no seu desenvolvimento em quadra?

FR: Na minha opinião o Régis é um excelente técnico e nós temos uma relação muito boa. Ele é muito comunicativo, está sempre conversando comigo e me explicando o que ele espera que eu faça dentro de quadra. Ele jogou como armador, então ele sempre me dá uns toques diferentes e umas dicas que podem agregar no meu jogo. Sou muito grato ao que ele tem feito por mim nessa temporada. Toda confiança que ele tem depositado em mim. E a nossa união é o que vai nos fazer ir muito bem na temporada e alcançar os mais altos patamares dentro do NBB.

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JB: O Paulistano começou a temporada muito bem apesar de não ter um grupo tão badalado como Flamengo, Bauru ou São Paulo. Até onde o grupo acredita que pode chegar? O que faz dessa equipe um time tão competitivo?

FR: É difícil dizer onde nosso grupo pode chegar, mas é claro que eu espero que a gente seja campeão do NBB. Nós temos um grupo muito unido e essa é uma das nossas maiores forças. Estamos sempre junto, corremos um pelo outro. É claro que é uma equipe jovem, que defende muito forte, que corre muito dentro de quadra e joga bastante em transição. O NBB é uma temporada muito longa, temos excelentes adversários pela frente, mas nossa equipe é muito trabalhadora e vai dar muito trabalho.

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JB: Você é considerado uma das grandes promessas do basquete brasileiro e vem explodindo de vez nessa temporada. Em uma geração que tem Yago, Georginho, Caio Pacheco, Alexey e tantos outros bons jovens armadores, quais os planos de defender a Seleção Brasileira?

FR: A seleção brasileira está muito bem servida de armadores, temos jovens promissores em todas as posições, então eu vejo um futuro muito brilhante para a seleção. É claro que eu tenho o sonho de vestir a camisa da seleção adulta. Eu estive em todas as convocações de base e eu acho que uma convocação para o adulto coroaria todo um trabalho e uma história que eu tenho com a camisa do Brasil, mas eu sei que tudo isso é fruto de muito trabalho, dedicação e do que eu fizer no Paulistano. Então meu foco maior tem que ser desempenhar um bom trabalho no clube e ajudar a equipe a crescer o máximo possível para as coisas acontecerem de uma forma natural e sem forçar nada.

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JB: Por fim, você ainda vai desenvolver muito seu basquete. Pretende deixar o Brasil e ir para Europa ou NBA em algum momento? Já existe alguma proposta ou interesse de algum clube?

FR: A NBA é o sonho de todo atleta, eu tenho muito vontade sim, mas tenho um pé no chão enorme. Tenho consciência de que é um outro mundo, que é muito difícil de chegar lá e acho que a Europa é algo mais viável para mim. Até pelo meu estilo de jogo, que é mais cadenciado, de cinco contra cinco, de mais movimentação ofensiva. Então, com certeza eu caberia muito bem em algum time da Europa. É algo que me apetece muito, mas como eu disse, estou muito focado no Paulistano e o que vier como consequência disso eu vou analisar e decidir o que é melhor para minha carreira.

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