Jumper Brasil Discute – Treinadores demitidos da NBA

Integrantes do site e convidados especiais debatem merecimento dos técnicos recém-dispensados na liga terem “caído” em seus times

Fonte: Integrantes do site e convidados especiais debatem merecimento dos técnicos recém-dispensados na liga terem “caído” em seus times

A dança dos técnicos da NBA está a todo vapor e vagas foram abertas no comando de equipes com os resultados da “bolha” e a aproximação da agência livre. Mas será que todas as decisões se justificavam mesmo? Todos os treinadores demitidos na liga, no final das contas, mereciam “cair”? 

Para discutir essas dispensas, nós convocamos três dos integrantes do Jumper Brasil e dois convidados especiais (Bruno Carvalho, do perfil NBA Stats Brasil, e Vitor Buratini, do 4thewin) para debater cada caso separadamente e buscar argumentos para tais decisões – acertadas ou não.  

Houve injustiçados na dança dos técnicos até o momento? E quem realmente já estava fazendo hora extra em suas equipes? É o que a gente discute agora… 

Publicidade

 

1. O Bulls acertou ao demitir Jim Boylen?

Gustavo Freitas: Sim. Não havia ambiente para ficar. A equipe não melhorou e não havia perspectiva disso. O Bulls agiu certo ao trocar tudo, desde a gerência até o treinador. Começar do zero é a melhor resposta para uma franquia que clamava por mudanças drásticas. 

Publicidade

Bruno Carvalho: Sim. Boylen teve tempo para mostrar interesse em subir o Bulls de patamar, teve duas escolhas de loteria de draft e nunca cobrou a direção por alguma movimentação mais ousada no elenco. E, obviamente, a equipe tem o agravante de nunca ter evoluído nada em termos táticos.  

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Boylen foi contratado pelos motivos errados, instituiu um estilo de comando anacrônico e, não por acaso, não tinha apoio nenhum além dos ex-dirigentes da franquia. Foram anos jogados no lixo que devem ser esquecidos. 

Publicidade

Vitor Buratini: Sim. Era um técnico cheio de métodos arcaicos, antiquados e que tinha problemas no vestiário. Vemos talentos como Lauri Markkanen que, sob o seu comando, parecem ter estagnados. O Bulls não possuía um elenco para chegar aos playoffs, mas, no momento, nem a evolução dos jovens talentos estava acontecendo.  

Gustavo Lima: Sim. Além da campanha fraca, o treinador não tinha uma boa relação com o elenco – especialmente com o melhor jogador do time (Zach LaVine). Aliás, ele era uma unanimidade: desagradava atletas, torcedores e analistas. Com a nova gestão, a franquia só poderia se livrar de um técnico tão ultrapassado e criticado. 

Publicidade

 

2. O Pacers acertou ao demitir Nate McMillan? 

Gustavo Freitas: Não. Como você acerta uma extensão em uma semana e, na outra, demite? Não faz o menor sentido. McMillan não é brilhante e tem retrospecto péssimo em playoffs, mas o time estava sem Domantas Sabonis e Victor Oladipo fora quase da temporada inteira. Para mim, até onde dava, a equipe correspondeu às expectativas. 

Publicidade

Bruno Carvalho: Não. McMillan vinha de sua melhor temporada comandando o Pacers. Embora não tinha tido um bom desempenho nos playoffs, a equipe sofreu com lesões e daria mais uma chance para que tentasse provar o seu valor em uma pós-temporada. 

Ricardo Stabolito Jr.: Não. McMillan é uma vítima do próprio sucesso. Não é treinador para conquistar títulos, mas era perfeito para esse Pacers que sempre lidava com uma lesão importante (OladipoSabonis): faz times limitados jogarem de forma disciplinada. Desfalcado, Indiana simplesmente não é melhor do que seus resultados.  

Publicidade

Vitor Buratini: Não. Mesmo com o Pacers só vencendo três jogos de playoffs em quatro temporadas, eu acho que McMillan merecia mais uma temporada por conta das lesões que comprometeram a campanha – Jeremy Lamb, Sabonis e Oladipo. Além disso, não acho que a montagem do elenco era a mais adequada. Isso prejudica também. 

Gustavo Lima: Sim. Quatro eliminações consecutivas na primeira rodada dos playoffs minaram a continuidade do trabalho. A impressão é que o Pacers poderia render mais há algum tempo e não evoluiria na mão de McMillan. Parece que a franquia visa um técnico com um estilo de jogo menos travado, mais veloz e vistoso, o que não vimos até agora. 

Publicidade

3. O Sixers acertou ao demitir Brett Brown? 

Publicidade

Gustavo Freitas: Não. Eu entendo tudo o que foi dito nos últimos tempos, mas Brown tentou fazer algo com o que tinha. O elenco era todo travado e a culpa maior por esse fracasso é da direção. Ele “roeu o osso” nas vacas magras e quase chegou às finais do Leste no ano passado. O problema, acho, está muito mais na formação do time. 

Bruno Carvalho: Sim. O Sixers abriu mão de seu projeto por conta dele e seu auxiliar, Ime Udoka: os dois optaram por um esquema com atletas altos. Os movimentos errados da direção foram motivados por pedidos de jogadores com as características que vimos. Sixers precisava de ar novo para tentar fazer a dupla Simmons/Embiid render. 

Publicidade

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Pelo conjunto da obra, pelo desgaste acumulado, não por esta temporada. Ele falhou muito no passado e ficou aquém das expectativas. Sobre o elenco atual, Brown foi uma vítima: isso sempre esteve fadado ao fracasso – e a única surpresa é que a maior parte da mídia especializada não tenha notado antes. 

Vitor Buratini: Sim. O elenco do Sixers não era coeso, mas tinha bons nomes. Sem Ben Simmons, a eliminação para o Celtics parecia natural. Uma varrida, como foi, considero inaceitável. O basquete do time foi pobre na temporada regular. Foram tantos anos de tank para apresentar isso com um bom elenco? Uma mudança era necessária. 

Publicidade

Gustavo Lima: Sim. Muita coisa precisa mudar no 76ers e, naturalmente, o comando técnico “puxa a fila”. Brown estava lá desde o começo do “Processo” e seu trabalho era questionável desde que a equipe virou contender. O time simplesmente não se encaixou nesta temporada e ficou muito aquém das expectativas. 

 

4. O Pelicans acertou ao demitir Alvin Gentry? 

Gustavo Freitas: Sim. Muito. Gentry não fez um bom trabalho, não extraiu o melhor de seus atletas e deixou a rotação longa demais naquelas oito partidas que antecederam os playoffs. Era uma equipe para superar o Memphis Grizzlies e não conseguiu – pelo peso de Zion Williamson e dele. 

Publicidade

Bruno Carvalho: Sim. Se o Pelicans quisesse arriscar algo novo, o momento é agora e deve aproveitar a reconstrução do elenco. Fazer as movimentações que Gentry pedisse seria caminhar para um quadro irreversível novamente: o técnico que assumisse em seguida, caso não desse certo, teria dificuldade para livrar-se de certos atletas. 

Ricardo Stabolito Jr.: Sim. Gentry nunca montou uma grande equipe em Nova Orleans e, nesta temporada, seu trabalho equilibrou-se unicamente na expectativa por Zion Williamson. O time só venceu regularmente com o novato em quadra. Muito pouco. 

Publicidade

Vitor Buratini: Sim. Só uma ida aos playoffs em cinco anos é muito pouco. Mas não acho que a demissão tenha sido por esta temporada em si: era natural que o Pelicans não se classificasse para a pós-temporada. O acúmulo de performances abaixo da média foi um grande fator. Se o mercado não tivesse tantas opções, não duvido que Gentry ficasse. 

Gustavo Lima: Sim. Sob o comando de Gentry, o Pelicans teve uma das piores defesas dos últimos anos na liga e foi aos playoffs só uma vez em cinco temporadas. Ele havia sido contratado pela gestão anterior e, com rendimento abaixo do esperado, a troca foi natural. David Griffin deverá trazer um treinador de sua confiança – e melhor. 

Publicidade

 

5. Quem é o treinador que você demitiria na NBA neste momento?

Gustavo Freitas: Luke Walton. Tem um elenco cheio de jogadores que podem render mais. A rotação é estranha e irregular. Viveu os seus melhores momentos como um assistente de ponta e, talvez, essa seja sua função ideal. 

Publicidade

Bruno Carvalho: Billy Donovan. Ele não soube aproveitar os bons times que comandou, perdendo jogos importantes por conta de erros de rotação. Talvez, seja a hora dele parar e repensar conceitos ofensivos. O Thunder precisa aproveitar Chris Paul para evoluir os jovens ao lado de um técnico que ajude nesse sentido. Donovan não parece ser esse cara.  

Ricardo Stabolito Jr.: Luke Walton. Ele pegou o Kings jogando basquete decente pela primeira vez em anos e devolveu à mediocridade. Sua absurda contratação no lugar de Dave Joerger foi mais uma das péssimas decisões de Vlade Divac. 

Publicidade

Vitor Buratini: Ninguém. Acho que, depois dessas demissões, a liga está com um quadro de técnicos muito bom. Talvez, se o Nuggets tivesse caído na primeira rodada dos playoffs, Michael Malone poderia ser trocado. Não aconteceu. 

Gustavo Lima: Luke Walton. O Kings foi uma grande decepção na temporada e o seu trabalho é bastante questionável: com a mesma base, a equipe caiu de produção em relação à campanha passada. Agora, com a saída de Vlade Divac, há boas chances de um novo GM chegar com a intenção de trazer o “seu treinador”. 

Publicidade

  

Siga o Jumper Brasil em suas redes sociais e discuta conosco o que de melhor acontece na NBA: 

Publicidade

Instagram
Youtube
Twitter
Facebook 

 

Últimas Notícias

Comentários