O Shot Clock

Os 24 segundos de posse de bola por ataque já são tradição no basquete, não só na liga norte-americana, mas também nas competições internacionais, administradas pela FIBA. Mas por que esse período de tempo em especial? Por que não 35 segundos, como no basquete universitário? Calma, para tudo se tem uma explicação. Em 1954, o […]

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Os 24 segundos de posse de bola por ataque já são tradição no basquete, não só na liga norte-americana, mas também nas competições internacionais, administradas pela FIBA. Mas por que esse período de tempo em especial? Por que não 35 segundos, como no basquete universitário? Calma, para tudo se tem uma explicação.

Em 1954, o dono do Syracuse Nationals, Danny Biasone, finalmente conseguiu pôr em prática sua ideia de limitar o tempo de posse de bola por ataque, que defendia desde 1951. Entusiasta dos placares altos, Biasone achava que o tempo ilimitado de posse de bola impedia isso de acontecer.

Por exemplo: em 1950, o Fort Wayne Pistons derrotou o Minneapolis Lakers por incríveis 19×18, em que eles conseguiram de forma emocionante virar o jogo no último quarto, quando venceram por 3×1 – o Pistons fez 13 arremessos naquele jogo. Infelizmente, essa era uma prática comum na época, pois era melhor fazer com que o adversário não pontuasse segurando a bola do que correr atrás do placar.

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Lógico que isso era muito chato. O público começou a cair e a NBA corria sério risco não completar nem uma década de existência porque o basquete era chato de assistir: imaginem vários Brian Scalabrines jogando contra um time de Brian Cardinals e nenhum deles se preocupasse em arremessar após o terceiro quarto para não dar a chance do outro time marcar. Obviamente que você não iria querer ver um jogo assim.

O que nos traz de volta a Biasone. Ele percebeu que os jogos que ele gostava de assistir – os que tinham muitos pontos – tinham em média 60 arremessos de cada equipe. Assim, dividiu os 2.880 segundos (48 minutos) que uma partida tem por 120 (o número de arremessos que dois times daria em um jogo bom) e pronto: 24 segundos de possa de bola por ataque, o shot clock.

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Na temporada de 1954-55, quando sua ideia finalmente entrou em prática na NBA, houve um aumento de 13.1 pontos de média nos jogos – as equipes passaram a fazer 93 pontos por partida (o Boston Celtics foi a primeira franquia a ter mais de 100 pontos em média, graças ao seu armador, Bob Cousy), que rapidamente aumentaram para 107 pontos em apenas quatro anos.

“Eu acho que o shot clock salvou a NBA”, declarou Cousy posteriormente, no que foi corroborado pelo comissário da NBA da época, Maurice Podoloff, que disse que a adoção dos 24 segundos foi “o evento mais importante da NBA”. Dolph Schayes, astro do Syracuse Nationals, afirmou que no início, os jogadores pensavam em arremessar o mais rápido possível, por medo de estourar o tempo no relógio. Somente depois eles perceberam a genialidade dos 24 segundos, pois “podíamos trabalhar a bola antes de um bom arremesso”.

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PS: A FIBA só adotou o shot clock da NBA em 2000, antes o relógio estourava com 30 segundos.

PS2: Biasone morreu há 20 anos, mas só foi indicado ao Hall da Fama em 2000 – postumamente, óbvio – por sua contribuição para a história do basquete.

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